Você sabia que a melodia de “Yesterday”, dos Beatles, surgiu pronta em um sonho?

Uma das músicas mais icônicas dos Beatles, “Yesterday” é também um dos maiores mistérios da banda de rock britânica – e da ciência.

Consagrada pelo Guinness Book como a música com o maior número de versões covers do mundo, Yesterday surgiu pronta para Paul McCartney durante um sonho.

Abaixo, entenda exatamente como aconteceu e veja o que a ciência tem a dizer sobre esse, digamos, fenômeno…

História da música dos Beatles

Segundo o próprio Paul MacCarteney relatou em entrevista à revista Rolling Stone, o grupo estava hospedado em um pequeno sótão, em Londres, em 1965, para a gravação de “Help!”, outro hit.

De repente, ele acordou com uma melodia na cabeça e decidiu registrar. “Eu tinha um piano do lado da cama, e eu devo ter sonhado com ela, porque eu sai da cama e coloquei as mãos no piano com o tom dela já na cabeça. Já estava tudo lá, a coisa toda”, disse ele.

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Descrente do que tinha realizado, McCartney teve medo de ter copiado a música de outra pessoa. Só depois de tocá-la para diversas pessoas e ninguém a reconhecer, ele teve coragem de gravar.

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“Eu gostei muito da melodia, eu não podia acreditar que eu a tinha escrito. Eu pensei, “não, eu nunca escreveria algo assim”, revelou ele, em entrevista para o site de notícias da BBC.

Sem saber qual letra criar para combinar com a melodia sonhada, a música, quase chegou a se chamar “Scrambled Eggs” (Ovos Mexidos, em português) por causa do trecho, “Scrambled eggs/Oh, my baby, how I love your legs” (Em português: oh meu amor, como eu amo suas pernas, tanto como ovos mexidos), um dos únicos textos que o McCartney conseguia pensar.

Mas depois de viajar com sua namorada, Jane Asher, ele finalmente conseguiu criar uma letra que ele definiu como “a mais completa música que ele já escreveu”. Ela foi gravada em junho de 1965 e lançada em setembro do mesmo ano.

Mas, como isso pode ser possível?

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O sono possui um papel fundamental em vários domínios neurocognitivos, relativos aos processos mentais de percepção, memória e raciocínio. Segundo a neurologista Andréa Bacelar Rego, coordenadora do departamento de sono da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), o estágio em que acontecem os sonhos, o REM (Rapid eye moviment, movimento rápido dos olhos, em português), é o mais influenciador.

“É neste estágio que há a consolidação de várias memórias e aquisição de condutas duradouras, memórias de longo prazo. Vivenciamos conteúdos armazenados sem compromisso temporal ou espacial, e os organizamos”, explica ela.

É por isso que às vezes, pode acontecer de acordarmos com a resposta de uma dúvida ou uma ideia nova. “Ao despertamos, não raro, temos respostas para questões ou equilíbrio para decisões, caso o sono tenha sido reparador”, aponta a neurologista.

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É o que confirmou o estudo do psiquiatra Robert Stickgold, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ele criou um labirinto virtual de jogos on line, o qual os usuários precisavam reconhecer e aprender as manhas para sair dele.

Metade dos voluntários tiraram um cochilo de 2 horas. 5 horas depois todos eles tinham que voltar e achar a saída. Aqueles que dormiram encontraram a saída mais rápido do que os que ficaram acordados. Alguns ainda relataram ter sonhado com o jogo, o que melhorou ainda mais o tempo.

O que aconteceu foi que os que dormiram processaram as informações do labirinto durante o sonho, misturando com as experiências e conhecimentos anteriores que já tinham no cérebro.

“Sonhos são uma forma de nosso cérebro processar memórias e informação do dia e tentar fazer sentido”, explicou ele em entrevista para a revista de saúde Choices.

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