Variações nos valores do exame de PSA podem indicar alterações importantes na próstata, alerta urologista

Infecções no trato urinário, doenças da próstata (como prostatites, por exemplo), inflamações ou traumas na região (como fortes batidas), retenção urinária aguda, além de alguns procedimentos médicos (biópsia, toque retal, etc), podem gerar alterações temporárias nos valores do PSA Total (Antígeno Prostático Específico), exame direcionados a homens, mais conhecido por auxiliar – junto a outras metodologias de rastreio – no diagnóstico do câncer de próstata. A doença atinge 65,8 mil casos ao ano no Brasil e, em média, 480 no Amazonas, conforme a última projeção do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Mas, toda alteração no PSA merece uma investigação mais aprofundada?

O cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Giuseppe Figliuolo, explica que, em geral, sim. Doutor em saúde coletiva, Figliuolo atua há cerca de 20 anos na área da oncologia e afirma que as variações no PSA, quando associadas à idade e a outros fatores, como o tamanho da próstata e à raça do homem, podem sugerir a presença de tumores malignos ou apenas indicar uma alteração menos nociva. “Mas, também pode estar relacionada à Hiperplasia Benigna Prostática (HBP), que gera o aumento do tamanho da próstata e é bem comum em homens com mais de 50 anos”, explicou.

Ele ressalta que algumas ferramentas, como a tabela de variação de PSA de acordo com a idade; a tabela de densidade do PSA de acordo com o volume da próstata, valor e velocidade de aumento, de acordo com o tempo, entre outras, auxiliam no comparativo e na análise de perfil do paciente. Em todo caso, pacientes com PSA Total entre 4 e 10 ng/ml (unidades de nanogramas por mililitro ), são orientados a fazer o PSA Livre, para a confirmação dos valores”, explicou Figliuolo.

Com que idade devo fazer o PSA?

A dosagem do PSA deve ser feita a partir dos 50 anos, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Homens negros devem iniciar o rastreio aos 45 anos. Giuseppe Figliuolo frisa que a análise do PSA é feita a partir da coleta de sangue em laboratório. No caso da modalidade PSA Total, a análise aponta a quantidade de PSA presente no sangue. Já o PSA livre, mede a quantidade de PSA que circula solta no sangue.

“Independente dos valores sugeridos no PSA, é importante que também seja feito o toque retal, pois 10% dos PSAs acabam falhando quando se trata do câncer de próstata. Dependendo do resultado, são indicados outros exames, como ressonância magnética – que indica a área a ser focada – e, em seguida, a biópsia da próstata, para a análise patológica. Nesse último caso, a avaliação dos fragmentos retirados durante a biópsia, vai dizer se há ou não a presença do câncer e o tipo de câncer, o que será determinante para a escolha do tratamento”, explicou.

Tratamento

O câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia, se estiver em estágio inicial. Se tiver superado essa fase, pode haver a necessidade de complementação de quimioterapia e até de radioterapia. “Cada caso, é um caso. Por isso, ressaltamos o quão importante é o check up urológico anual, que pode detectar diversas alterações precocemente, aumentando as chances de sucesso no tratamento”.

Já as demais alterações, como as prostatites, por exemplo, são tratadas em nível ambulatorial, com terapia medicamentosa. Para as que necessitam de cirurgia, como alguns dos casos de HBP, são oferecidos diversos procedimentos que fogem ao convencional. Entre eles, estão as videolaparoscopias, as cirurgias endoscópicas, terapias a laser, raspagem da próstata e até a embolização.

Texto e fotos: assessoria de imprensa

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