Trabalho da Polícia Civil do Amazonas quer evitar que organizações criminosas utilizem nova rota do tráfico na fronteira, diz delegado do DRCO

Para evitar principalmente a fiscalização dos agentes federais da Base Anzol, no Rio Solimões, as organizações criminosas que operam o tráfico de drogas na fronteira Norte do Amazonas estão procurando novas alternativas para o transporte dos entorpecentes. Ao invés da rota mais utilizada, elas passaram a optar pela calha do Rio Japurá.

A firmação foi feita nesta quarta-feira (3/5), durante coletiva de imprensa, pelo do diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), delegado Guilherme Torres e do Denis Pinho, e do diretor-adjunto, Denis Pinho.

“A região onde é produzida a maconha do tipo skunk fica na fronteira da Colômbia com o Brasil. Os narcotraficantes, com o intuito de não serem presos durante as fiscalizações dos integrantes da Base Anzol, instalada no Rio Solimões, precisamente no município de Tabatinga, distante 1.108 quilômetros em linha reta da capital, procuram rotas alternativas para o transporte desses entorpecentes. Agora, o caminho mais utilizado por esses infratores é a calha do Rio Japurá”, pontuou o diretor do DRCO.

Na coletiva, os delegados apresentaram um rapaz responsável por 400 kg de maconha do tipo “skunk”, avaliados em R$ 2 milhões, apreendidos na terça-feira (2/5). De acordo com Guilherme Torres, o infrator Anderson Duarte dos Santos, 25, foi preso em flagrante e um adolescente de 16 anos foi apreendido por participação na prática ilícita, por volta das 15h, em frente à residência do menor, na Rua São Tomé, Comunidade Parque São Pedro, bairro Tarumã, zona Oeste da capital.

“Estávamos monitorando essa situação há dois meses, com o apoio de servidores lotados na Delegacia Fluvial (Deflu). Ontem recebemos informações de que a droga seria armazenada em uma residência no bairro Tarumã, então aguardamos o momento apropriado para iniciarmos as buscas. Visualizamos a dupla descarregando e guardando a droga na casa do adolescente”, disse Torres.

A autoridade policial esclareceu que as substâncias apreendidas são oriundas da Colômbia. Guilherme Torres informou, ainda, que na base do DRCO, Anderson declarou, em depoimento, que receberia R$ 10 mil para transportar e armazenar as drogas e que um homem, que ele não revelou a identidade, iria buscar os entorpecentes. Torres disse que o material ilícito seria distribuído em pontos de comercialização de drogas na capital.

Para concluir, Torres revelou que já tem as identidades dos donos do material apreendido. “Vamos representar junto à Justiça as prisões preventivas em nome dos donos das substâncias ilícitas. A nossa tarefa é fazer a presença do Estado no Rio Japurá, para evitar que essas organizações criminosas passem a atuar e dominar essa rota”, salientou.

O diretor-adjunto do DRCO, delegado Denis Pinho, esclareceu os procedimentos que serão realizados em torno do caso. “A função da dupla era apenas transportar e armazenar as drogas. Temos um prazo de 30 dias para a conclusão do Inquérito Policial (IP). Anderson foi autuado em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção de menores. O termo de declaração e o adolescente foram encaminhados à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), onde serão realizados os procedimentos cabíveis”, argumentou Pinho.

Ao término dos trâmites legais, Anderson será levado para Audiência de Custódia no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, situado no bairro São Francisco, zona Sul da capital.

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