Fraude no Seguro Defeso: 30% dos beneficiários não são pescadores, afirma Falcão

wf01-12-09

A Polícia Federal no Amazonas (PF-AM) foi alertada, nesta sexta-feira (30), para a urgente necessidade do combate às fraudes no Seguro Defeso no Estado. O alerta foi feito presidente da Confederação Nacional dos Pescadores, o ex-deputado estadual Walzenir Falcão, entrevistado no Programa Manhã de Notícias, da Rádio Tiradentes – Rede Tiradentes de Rádio e Televisão.

Eleito vice-presidente em setembro último, Walzenir assumiu a presidência da entidade após a morte da então presidente, Maria Eliane.

O presidente da Federação acusou os governos do Partido dos Trabalhadores (PT) de desmontar o setor pesqueiro, entre outras coisas, colocando militantes da agremiação graciosamente em cargos da estrutura da Federação.

Ele lamentou a constante perda de pescado na Região. Segundo Walzenir, “todos os anos, se joga mais de 200 mil toneladas de pescado” no lixo. Para combater o desperdício, o dirigente defendeu a criação de estruturas nas calhas dos rios para acondicionar o pescado e, “como se trata de alimento, dar inclusive o devido cuidado sanitário ao produto”.

De acordo com Falcão, o problema das fraudes no Seguro Defeso no Amazonas ficou mais claro, esta semana, quando ele foi a uma agência do bairro Educandos, na zona Sul de Manaus, para uma operação bancária, e encontrou um grupo de mulheres portando 150 cartões, tentando receber o benefício. Segundo Walzenir, indagado a respeito, o gerente da agência informou que aquilo seria “normal”, todos os meses.

O presidente da Federação culpou o ex-superintendente do Trabalho e Emprego do Amazonas e atual deputado estadual Dermilson Chagas (PDT) pela profusão de associações de pesca no Estado. Segundo Walzenir, a partir da legalização de várias entidades, também foi criado um sindicato que teria sido transformado na estrutura em uma verdadeira rede de beneficiários do Seguro Defeso, com o objetivo de eleger o parlamentar.

Falcão estima que, atualmente, mais de 30% dos beneficiários do Seguro Defeso não são pescadores e que, como não integram efetivamente a categoria, foram cadastradas criminosamente como profissionais da pesca.

Indagando por que a criação das associações, que seriam em número maior do que o de municípios no Estado não foi investigada, o dirigente pediu providências também ao Ministério Púbico do Trabalho (MPT) sobre a situação. “O governo tem que assumir o seu papel em relação a essa “onda” de novos pescadores, o que exige um novo recadastramento”, afirmou.

Conforme Walzenir, o prazo para as Colônias concluírem o recadastramento que já está em curso há alguns meses, vai até 5 de maio de 2017.

O Deputado Dermilson Chagas não foi encontrado para falar sobre o assunto.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *