Câmbio da McLaren ficou travado, e brasileiro teve de segurar o carro no braço nas últimas sete voltas para resistir a Riccardo Patrese com chuva no fim; Globo mostra corrida no domingo
Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro
O público escolheu a vitória no GP do Brasil de 1991 como a mais espetacular da carreira de Ayrton Senna na Fórmula 1. Em enquete no GloboEsporte.com, 48,1 % dos votos foram para a heroica atuação do então bicampeão mundial, que teve de guiar um carro apenas com a sexta marcha nas últimas sete voltas da prova em Interlagos.
No próximo domingo, a TV Globo e o GloboEsporte.com vão reexibir a prova a partir das 9h45.
Segunda corrida da temporada de 1991, o GP do Brasil teve a pole position de Ayrton Senna, com Riccardo Patrese e Nigel Mansell em segundo e terceiro lugares. Apesar do primeiro lugar no grid, o desempenho da Williams já assustava o brasileiro, que até então não havia vencido em casa.
Ayrton Senna no GP do Brasil de 1991 — Foto: Getty Images
Senna largou bem e manteve a liderança à frente de Mansell. Os dois abriram em relação ao restante do pelotão, com o inglês pressionando o tempo todo. Depois da troca de pneus programada, o brasileiro seguiu à frente, enquanto o inglês foi obrigado a fazer um segundo pit stop por causa de um pneu furado.
A situação parecia mais tranquila, apesar de Mansell iniciar uma furiosa recuperação. Só que, da metade da prova em diante, Senna passou a ter problemas para encaixar a quarta marcha, o que já lhe fazia perder tempo. Depois, a 20 voltas da bandeirada, o brasileiro perdeu a quarta marcha, e o inglês se aproximou. Mas Mansell rodou e quebrou o câmbio semiautomático da Williams ao tentar arrancar.
Ayrton Senna e Gerhard Berger no GP do Brasil de 1991 com a McLaren — Foto: Getty Images
Senna tinha 40 segundos de vantagem para Riccardo Patrese, mas os problemas de câmbio pioraram, e o brasileiro teve de usar apenas a sexta marcha nas voltas finais. Mas ele resistiu e venceu pela primeira vez em casa. Depois, numa mistura de alegria e dor pelo desgaste físico, Senna urrou para comemorar. Uma corrida que ficou marcada para sempre.