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Veja as estratégias de Lula, Bolsonaro, Ciro e Tebet para o último debate do 1º turno

Os candidatos Felipe D'Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Padre Kelmon (PTB) participam de debate nos estúdios do STB, na noite de sábado

Os candidatos Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Padre Kelmon (PTB) participam de debate nos estúdios do STB, na noite de sábado Divulgação

Com as pesquisas de intenção de voto apresentando um cenário incerto sobre a realização de um segundo turno, o debate de hoje à noite na TV Globo ganhou ainda mais importância para as campanas de Lula (PT) e Bolsonaro (PL). O confronto direto entre os candidatos à Presidência será a partir das 22h30m e, pela grande audiência e capilaridade nacional que alcança, é visto como a última grande chance de alterar tendências da disputa.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula não marcou compromissos ontem nem hoje pela manhã para manter o foco na preparação para o debate. Além de estudar as questões que deve ser obrigado a responder sobre temas como corrupção, o candidato, precisa poupar a voz, que costuma fica rouca em muitos momentos durante a campanha.

O debate da Globo é considerado pelos petistas como fundamental para as pretensões do ex-presidente de vencer a eleição no primeiro turno. Coordenadores da campanha avaliam que Lula não pode repetir o desempenho do debate da Band, em agosto, quando ele não deu resposta convincente quando foi questionado sobre corrupção pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Artilharia

A estratégia é que Lula tenha na ponta da língua argumentos para rechaçar as acusações como a que costuma ser repetida por Bolsonaro de que ele não teria sido absolvido na Lava-Jato. Se o tema for colocado no debate, informa a colunista do GLOBO Bela Megale, o petista listará processos nos quais houve decisão judicial de absolvê-lo. O principal deles, na avaliação de conselheiros jurídicos da campanha, é o chamado “quadrilhão do PT”.

Em 2019, a Justiça Federal de Brasília absolveu os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff do delito de organização criminosa. O magistrado alegou que a denúncia contra os petistas feita pelo Ministério Público Federal era “tentativa de criminalizar a atividade política”. A tônica é argumentar que Lula só teria sido condenado em ações conduzidas por um juiz parcial, em referência a Sergio Moro.

O ex-presidente também está sendo abastecido com dados para abrir artilharia contra Bolsonaro. Além de apontar os decretos de sigilo impostos pelo governo atual e intervenções que impedem o avanço de investigações de casos de corrupção, o petista deve explorar a compra de imóveis com dinheiro em espécie pelo clã Bolsonaro revelada pelo site “Uol”.

Aliados de Bolsonaro consideram o debate um momento delicado e, internamente, temem que o candidato à reeleição suba excessivamente o tom dos ataques ou os mire em jornalistas, o que pode custar caro a três dias da votação. Ele tem sido aconselhado a tentar apresentar uma faceta mais equilibrada, como tentou fazer durante o debate do SBT, no último domingo. A postura contrastou com a que ele adotou durante confronto promovido pela Band, o primeiro da campanha presidencial, quando ele atacou a jornalista Vera Magalhães.

A ordem é que o presidente enfatize a apresentação de propostas e a defesa das ações de seu governo, mas não perca chances de colar em Lula o selo de corrupto. Bolsonaro tem conversado com ministros e repassado dados de sua administração. Mais uma vez, o presidente deve ter uma “dobradinha” com Padre Kelmon, candidato do PTB, que no debate do SBT fez o papel de “escada”, levantando temas favoráveis e até elogiando o atual chefe do Executivo.

Hoje, Padre Kelmon ainda deve ajudar o presidente na artilharia contra Lula. Segundo o colunista Lauro Jardim, ele já preparou um questionário com perguntas duras para tentar encurralar o petista: os temas vão desde associá-lo ao comunismo a pautas relacionadas ao aborto, assunto que costuma ser sensível em campanhas presidenciais.

Chance derradeira

Ciro Gomes (PDT) tem no debate uma de suas últimas oportunidades para tentar um sprint final que o leve a ultrapassar a barreira dos dois dígitos. Reunido com o seu núcleo duro — o marqueteiro João Santana; o presidente do PDT, Carlos Lupi; a candidata à vice-presidente, Ana Paula Matos (PDT); a mulher, Giselle Bezerra; e o coordenador do programa do candidato, Nelson Marconi —, o pedetista vai dissecar as propostas à população de menor poder aquisitivo, com a implementação de uma renda uma mínima de R$ 1 mil e a exclusão dos brasileiros endividados das listas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e do Serasa. Ciro também deve manter no programa o tom de ataques a Lula e a Bolsonaro.

Estreante nas disputas presidenciais, Simone Tebet (MDB) repetirá o rito adotado nos outros debates, nos quais a emedebista se saiu bem, se levado em consideração que ela subiu nas pesquisas após os programas. Tebet vai estudar os 17 temas que serão abordados durante a atração. Aliados avaliam que ela deve mirar, prioritariamente, nas pautas relacionadas à educação e à atenção à primeira infância, para os emedebistas, assuntos pouco explorados até aqui. Além disso, ela deve reiterar o compromisso com uma âncora fiscal, como o teto de gastos, e a se apresentar novamente como quem pode pacificar o país, ante a polarização protagonizada por Lula e Bolsonaro.

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