Soluções para tópicos como o alfandegamento do porto de Tabatinga-AM e a pavimentação da BR-319 estiveram em debate no evento
– (foto: Andrés Pascal/Suframa) – Asinergia de esforços na construção de soluções para os principais entraves da logística foi um dos destaques da segunda edição da Conferência Interinstitucional de Logística para Desenvolvimento da Região Amazônica. O evento organizado pela Suframa ocorreu na segunda-feira (21), no auditório da sede da Autarquia, e transmitido pela plataforma Teams, reuniu especialistas e representantes de órgãos e entidades públicas e privadas que atuam no planejamento e execução de atividades do setor.
Em resultado da aproximação das instituições, o superintendente substituto da Polícia Rodoviária Federal no Amazonas (PRF-AM), Denny Wallace Vital, destacou medidas como a instalação de uma base em Humaitá e o início das operações no perímetro que vai da Bola da Suframa até o porto da Ceasa. A unidade da PRF-AM em Humaitá é parte das ações do projeto Zona de Desenvolvimento Sustentável Abunã-Madeira.
O superintendente da Suframa, Algacir Polsin, destacou que a integração de esforços é uma estratégia para a construção de soluções viáveis para a realidade complexa e desafiadora da Amazônia. “Não adianta tentar agir sozinho, diluir energia. O caminho é a sinergia de esforços, é o trabalho em conjunto, é a formação de parcerias. Por isso, estamos realizando eventos como esses em que soluções coletivas podem ser encontradas para a logística da nossa região”, ressaltou Polsin.
O administrador e professor da Ufam, Jorge Campos, salientou que as soluções alinhavadas durante a conferência de logística deveria se tornar um estudo de caso para a academia. “Vejo como uma quebra de paradigma. Na administração clássica, foi criada a divisão de trabalho para aumentar a eficiência. O que vejo nesse evento aqui, porém, é a prevalência da visão sistema do trabalho em conjunto das instituições. Um excelente case para estudos”, ressaltou.
Entraves
Além da deliberação de soluções para tópicos como o alfandegamento do porto de Tabatinga-AM, pavimentação da BR-319 e o papel das prefeituras para garantir mais agilidade na concessão de licenciamento ambiental, o evento também contou com debates para enfrentamento de dificuldades apresentadas por representantes de empresas de navegação e do modal aéreo. Um dos principais entraves que encarecem consideravelmente os custos logísticos na região seria a falta de segurança dos rios para transporte de cargas, tornando necessária a contratação de escolta armada.
Outro obstáculo é a falta de uma segunda pista de pouso no Aeroporto Eduardo Gomes ou de uma pista alternativa mais próxima de Manaus para os casos de interdição, obrigando as aeronaves a virem para a capital com combustível extra para deslocamento até Boa Vista (RR) ou Santarém (PA), na eventualidade não poderem pousar na cidade. A medida além de tornar as passagens mais caras para o consumidor final também afetaria a arrecadação estadual, já que diminui a frequência e quantidade de abastecimento de combustível em Manaus, reduzindo também a recolha de ICMS.
Também foram sugeridas medidas para desburocratização da navegação, com despacho sendo online. Hoje, as vistorias e conferências de documentos como as carteiras dos marítimos é manual.
Para o representante da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-AM), José Roberto Tadros, a conferência de logística organizada pela Suframa deveria se tornar um fórum permanente de discussões. “Não vi nenhum assunto supérfluo ser discutido. Todas as críticas feitas eram claramente direcionadas para a busca de uma solução. Todos os assuntos tocados aqui impactam o comércio. Deveria ser permanente para não perdemos as soluções de vista”, defendeu.
