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UFC: Dedé sugere aposentadoria a Aldo, mas ainda vê chance de título

Após a derrota de José Aldo para Merab Dvalishvili no mês passado, no UFC 278, muito se especula sobre qual será o próximo passo do campeão dos pesos-penas (até 66kg). O próprio georgiano chegou a declarar que ouviu do brasileiro que esta teria sido sua última luta de MMA na carreira, algo que a equipe negou de imediato. Na semana passada, o Combate.com conversou por cerca de uma hora com Dedé Pederneiras, líder da Nova União, que não descartou uma nova corrida do atleta pelo cinturão do peso-galo (até 61kg) da companhia, mesmo vindo de revés.

– Acho que vai depender de muita coisa. Depende de uma última luta, depende de uma renovação de contrato, depende de muita coisa. Gana para correr de novo ele tem. (…) Vejo o Aldo com todas as chances de ser campeão na categoria de 61kg e continuar uma corrida pelo título. Agora, se vai existir essa motivação para continuar fazendo isso… – explicou.

Dedé Pederneiras em seu escritório no Rio de Janeiro: treinador não quer arriscar lesão a José Aldo se não houver motivação para seguir lutando — Foto: Adriano Albuquerque

Dedé Pederneiras em seu escritório no Rio de Janeiro: treinador não quer arriscar lesão a José Aldo se não houver motivação para seguir lutando — Foto: Adriano Albuquerque

Apesar de ver Aldo em condições de lutar contra os melhores da divisão, Dedé é taxativo ao ser perguntado sobre qual conselho daria para o lutador sobre seu futuro.

– Falaria para ele parar. Acho que o Aldo já conquistou muita coisa e não vai ser uma última luta como essa que vai tirar o legado que ele tem dentro do esporte. O meu maior medo com um atleta quando chega numa fase assim de estar no final é uma lesão que pode ferrar o cara para o resto da vida.

Pederneiras também criticou a atuação do árbitro central Jason Herzog no confronto de Aldo contra Dvalishvili, disse que uma despedida no UFC Rio, marcado para 21 de janeiro, seria um bom cenário para o brasileiro, e que não acredita em Dominick Cruz como próximo oponente do Campeão do Povo.

Confira abaixo a entrevista completa com Dedé Pederneiras:

José Aldo venceu Rob Font por decisão unânime (50-45, 50-45 e 49-46) — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC

José Aldo venceu Rob Font por decisão unânime (50-45, 50-45 e 49-46) — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC

Qual a análise que faz da atuação do José Aldo contra o Merab Dvalishvili?

– O Aldo não lutou bem nesse dia, como não lutou bem contra o Volkanovski. O que as pessoas não entendem é que o ser humano não é uma máquina. O Aldo não lutou bem contra esses dois caras, mas quantas vezes lutou bem? Mas lembram das duas vezes que lutou mal. Ele não estava num dia inspirado e deixou o cara fazer aquele jogo, e o árbitro, que gosto do Jason Herzog, mas errou nas duas lutas. Na da Ketlen (Vieira, contra Holly Holm, em maio) e na do Aldo. Os dois pregaram na grade, não fizeram p*** nenhuma e ele deixou a luta ficar por um tempo. Aí sabe o que acontece? É muito mole para o árbitro deixar comer o tempo ali e jogar a batata quente para os mesários decidirem. “Estou fazendo meu trabalho”. Não está. Teu trabalho é manter a luta ativa.

– Uma luta como aquela, com o público inteiro vaiando – que é mais um aviso que o público está te dando -, não é possível deixar parada daquele jeito. O cara entrou a primeira vez, você dá um tempo, o cara está trabalhando. Entrou a segunda vez, não está? Tinha vezes que nem tentava derrubar, só ficava parado. Você não pode deixar tanto tempo ali. “Continua ali, meu filho, isso aqui é luta. Não é wrestling de grade”.

Quais erros o Aldo cometeu nessa luta na sua opinião?

– Acho que o Aldo chegou nessa luta confiante para nocautear. Quando passou o primeiro round e o cara começou com aquele jogo, aquilo deu uma travada para soltar o jogo em pé. Toda vez que ele chegava, o Merab travava e botava ele na grade. Se sou muito bom em pé e você é muito bom de wrestling e você começa a me agarrar logo de cara e não começa a cansar fazendo isso, fico: “se eu der um jab, direto ou cruzado, ele vai entrar no meio da minha combinação e me botar para baixo. Se chutar, ele vai agarrar minha perna e botar para baixo”. Aí começo a ficar naquela finta e o cara naquela situação e isso trava meu jogo. Você começa a hesitar em soltar o jogo para não tomar a queda e cair por baixo. Mesmo o Aldo sendo muito bom de defesa de queda, esse é um cara que na categoria botou todo mundo para baixo, mesmo nas lutas que perdeu. O cara entrou 16 vezes ou mais e não chegou nem perto de botar (para baixo).

Merab Dvalishvili venceu José Aldo por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27) — Foto: Getty Images

Merab Dvalishvili venceu José Aldo por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27) — Foto: Getty Images

Por que acha que o Aldo parou de atacar nos dois últimos rounds?

– Porque o cara não parava de entrar. É difícil você soltar o jogo. No primeiro (round) o cara entrou menos. Na minha opinião, ele achou: “vou testar se consigo jogar em pé”. Nem vi o córner dele depois, mas com certeza falaram: “começa a atacar que você está perdendo”. E o cara começou a atacar uma atrás da outra e aí dá uma travada, é natural. Mesmo o cara muito bom de wrestling, quando pega um cara feito o Aldo para lutar, todo mundo estuda o dia inteiro os outros. “Por mais que acredite no meu wrestling, olha o que ele já defendeu de queda. Não deve ser fácil botar esse cara para baixo”.

Como pontuou a luta?

– Primeiro round do Aldo. Segundo round, pelo cara só ter travado e não ter tido nenhum tipo de risco, dei um risco a mais para o Aldo. Tanto que falei do segundo para o terceiro round: “meu irmão, se o árbitro gostar de ver uma luta pregada na grade sem o cara fazer nada, a ponto de você bocejar e o cara continuar ali e você ficar dando soquinho, aí ele vai dar para o cara”. Foi exatamente o que falei no intervalo. Na minha opinião, o cara não pode fazer aquilo e ter a vitória num round como aquele.

Na transmissão deu a impressão de que você deu a entender ao Aldo que ele ganhou o segundo round. Acha que isso contribuiu para ele fazer um terceiro round tão apático?

– É porque pegaram a segunda parte da minha fala. Chego para o Aldo e falo: “round igual, pode ir para qualquer um dos dois. O cara que vai dar para ele é o cara que gostar de luta agarrada na grade”. Quando a câmera chegou, já tinha perdido o início.

UFC 278: Jose Aldo x Merab Dvalishvili — Foto: Alex Goodlett/Getty Images

UFC 278: Jose Aldo x Merab Dvalishvili — Foto: Alex Goodlett/Getty Images

Faltou senso de urgência para o Aldo? Acha que poderia ter “chacoalhado” mais ele como já fez em outras lutas?

– Falei o que sempre falo. Quando tenho dúvida, é muito difícil dar para o meu. Quando tenho dúvida, falo: “pode ir para qualquer um dos dois”. E aí expliquei a ele porque poderia ir para qualquer um dos dois. “Se o árbitro gostar de uma luta agarrada, presa na grade, vai dar pra ele”. Acho que, primeiro, não era o dia dele. Tem dia que não adianta, você não vai mudar o resultado de uma situação. Aquele dia não foi o dia do Aldo, como na luta com o Volkanovski também não foi. Vi derrotas do Aldo em que ele lutou melhor do que nessa luta. Vi derrotas que ele saiu na porrada com os caras brigando.

– Você contou a quantidade de quedas que o cara entrou no segundo round? Você às vezes bota na cabeça que “se esse maluco me botar para baixo, vou tomar um prejuízo aqui”. Às vezes o cara se trava justamente porque é uma situação que “vou conduzir a luta de um jeito que acho que vou ganhar aqui e vai chegar uma hora que vai entrar um golpe”. O problema todo de quando você pega um cara com um poder de definição muito grande feito o Aldo, é que ele sempre bota na cabeça que uma hora a mão vai entrar, o chute vai entrar. E aí não entra e passou. Como ele veio na cabeça que nocautearia, talvez não ter entrado tenha dado uma frustração durante a luta e ele deu uma travada. Era uma luta que eu perdia minha casa que o Aldo não perderia essa luta, tendo em vista até os caras que o Aldo ganhou. Se pegar os caras que o Aldo ganhou, o Merab, sem desmerecer, se botar no papel, era o que menos me dava uma preocupação.

Ficou surpreso com a forma que a luta se desenrolou?

– Antes e durante, eu achava (que o jogo casava bem para o Aldo). Até ele começar a travar a luta. Acabou não acontecendo, infelizmente. Basicamente é isso. Não tem desculpa. Só não foi o dia do cara.

Quais as consequências que essa derrota causa na carreira do Aldo?

– É difícil falar isso. Você tem um cara que é super campeão, um super atleta dentro do que ele faz, um cara que já foi melhor peso-por-peso do mundo, que já foi duas vezes campeão da categoria pena, desceu, estava bem na categoria e quando continuou, seguiu top 10. Difícil falar de um cara com tantas conquistas, qual será o próximo passo dele.

José Aldo venceu Pedro Munhoz por decisão unânime (triplo 30-27) — Foto: Getty Images

José Aldo venceu Pedro Munhoz por decisão unânime (triplo 30-27) — Foto: Getty Images

Já teve essa conversa com ele?

– Já tivemos várias conversas. O problema todo de conversar com atleta logo após a luta é que todos vão falar: “não quero mais saber dessa p***. Para mim chega, estou aposentado”. Todos eles falam, não foi só o Aldo. Falou dessa vez, falou na luta com Holloway, todas as vezes escuto a mesma coisa. Falei: “Tá bom, Aldo, não vamos falar sobre isso agora. Depois a gente conversa”. Quando você pega um cara muito bem sucedido e acontece a derrota, é normal o cara falar. Já perdi a conta aqui. O Aldo foi um cara que, além de ser inteligente para a luta, é inteligente com o dinheiro, me escuta muito. Não que eu seja um super empresário, mas me considero um cara mais ou menos inteligente para os negócios. Ele fez as coisas dele certinho. Se o Aldo falar: “não quero mais”, não vai passar fome de jeito nenhum. Vai viver bem paro resto da vida. Ele, a família e os filhos.

Como está a situação contratual do Aldo com o UFC? Ele pensa em lutar outras modalidades ainda?

– Falta uma luta. Antes não tem como ( lutar outras modalidades) porque o contrato com o UFC te prende de tudo quanto é jeito, mas não sei como vai ficar essa história. É difícil falar. Falo para todo mundo que o Aldo saiu do campo do MMA, do atleta, e é uma celebridade hoje. O cara faz uma festa e quer o Aldo na festa dele. O cara quer que o Aldo fale para a empresa dele. Então, são várias coisas que ele consegue fazer dinheiro sem precisar treinar o dia inteiro e fazer dieta. Era ruim para bater 66kg e agora ele bate 61kg. Ele se priva de comer o cheeseburger dele, que adora, para fazer um negócio do qual ele não depende financeiramente. O Aldo estar ali dentro lutando, e o que me deixa mais revoltado com um monte de “pela saco” da internet, é para continuar demonstrando aos fãs que é excelente atleta e deixar um legado. Ele não precisa mais dessa p***.

Dá pra dizer que foi a última corrida dele pelo cinturão do UFC?

– Acho que vai depender de muita coisa. Depende de uma última luta, depende de uma renovação de contrato, depende de muita coisa. Gana para correr de novo ele tem. Respondo essa sua pergunta com uma outra: quem dos caras que conquistou o que o Aldo conquistou continua no top 10 hoje? E numa categoria abaixo. Vejo o Aldo com todas as chances de ser campeão na categoria de 61kg e continuar uma corrida pelo título. Agora, se vai existir essa motivação para continuar fazendo isso… Ele não está no jogo para jogar uma pelada, ele está no jogo para jogar no Maracanã e disputar um título. Se ele continuar no jogo não é pelo dinheiro. Se ele continuar no jogo é para continuar a corrida pelo título com certeza. E continuo achando que tem grandes chances. Quem disser para mim “o Aldo está morto”, como vejo malucos falarem…meu irmão…

José Aldo Viviane Pereira gravidez — Foto: Reprodução / Instagram

José Aldo Viviane Pereira gravidez — Foto: Reprodução / Instagram

E a quantas lutas o Aldo está do cinturão hoje?

– Depende de quem derem a ele. Se derem o Petr Yan, essa e mais uma está no título. Se derem o 15º do ranking, vai ter que fazer três, quatro (lutas), entendeu? Tudo depende de como vai andar o ranking. Vão me dar o ex-campeão? Vão me dar o desafiante? Aí você encurta o caminho.

Nas redes sociais, muita gente pediu o Dominick Cruz contra o José Aldo no UFC Rio. O que acha?

– Uma luta legal. Não vejo acontecer, mas é uma luta legal. Cruz não vai querer essa luta no Rio, a gente pede o Cruz há muito tempo. A gente estava pedindo o Cruz, TJ (Dillashaw)… Você vê que o Aldo nunca pediu frango. Tanto é que nesse negócio da última luta, falei com ele assim: “vamos botar um frango aí para tu desossar na última luta”, brincando com ele. E ele falou: “p*** nenhuma, me dá o último desafiante que quero lutar com o último desafiante dessa p*** para sair nocauteando o último”. Ele não quer um frango, nunca quis. É muito diferente de muita gente aí que prefiro nem citar nomes, que quer um frango para cumprir contrato e meter o pé ou estar por ali.

UFC Rio, em janeiro de 2023, é o cenário perfeito para a despedida do Aldo?

– Acho que sim, é o “Rei do Rio”. Com certeza uma despedida no Rio com vitória – acho que não igual você fechar com um título -, fecha muito bem com uma despedida como essa.

José Aldo coletiva UFC Rio 8 — Foto: Marcelo de Jesus

José Aldo coletiva UFC Rio 8 — Foto: Marcelo de Jesus

Que conselho você daria ao Aldo hoje?

– Eu já tinha mandado ele se aposentar há muito tempo. Já tinha falado desde a luta do Frankie Edgar (em 2016) que não quiseram botar a luta pelo título com Conor (numa revanche). Falei: “se aposenta, larga essa p***, não precisa mais disso”. Já não precisava desde aquela luta, hoje muito menos. Falaria para ele parar. Acho que o Aldo já conquistou muita coisa e não vai ser uma última luta como essa que vai tirar o legado que ele tem dentro do esporte. O meu maior medo com um atleta quando chega numa fase assim de estar no final é uma lesão que pode ferrar o cara para o resto da vida. “Ah, nunca aconteceu”, mas vai lá que aconteça sem precisar… Tem atleta aqui que vai precisar brigar até 100 anos senão não come. E aí uma situação dessa do Aldo é que chegou nesse ponto, um cara que se formou dentro do que se propôs a fazer, um cara de sucesso, que financeiramente não precisa mais estar onde está, e quer viver, vai ter o segundo filho agora. É difícil você botar o cara para sair na porrada todo dia de novo. É que ninguém tem ideia do que é tirar 10kg, 12kg, você chega num extremo de desgaste muito grande. Você bota um cara desse e acontece uma coisa, Deus me livre e guarde, o que adiantou o cara ter esse dinheiro todo?

A definição se ele se aposenta ou renova com o UFC sai antes de ter um adversário definido para o Aldo numa próxima luta?

– Acontece antes, a decisão será antes. O Aldo pode jogar no galo ou pode jogar no pena para não ter um desgaste tão grande como está fazendo hoje em dia. Se é a última luta dele, se eu falar que quero ele no peso-pesado, os caras vão dar. “Luta com aquele gigante ali”.

Tem um nome ideal para o Aldo enfrentar em caso de despedida?

– Sinceramente, não sei. Não parei para analisar isso. Quero sentar com ele e discutir. Com certeza não vai ser um frango, que ele mesmo não quer, vai ser alguém lá de cima.

José Aldo — Foto: Evelyn Rodrigues

José Aldo — Foto: Evelyn Rodrigues

O que a família do Aldo acha sobre ele parar ou seguir no UFC?

– Converso muito com a esposa do Aldo, a gente tem um relacionamento bom, e a gente tem a mesma opinião. Se não está mais “quero aquilo ali”, é parar, sentar e ver se é realmente isso. O problema todo é o Aldo falar: “vou me aposentar hoje”, só que ele não vai poder lutar boxe, não vai poder lutar muay thai, não vai poder lutar nada disso porque tem contrato de uma luta ainda com o UFC, vai ficar preso. Qualquer coisa que queira fazer fora disso vai ter que ser no amador, mas profissionalmente não pode. Hoje está estressado, aí se aposenta e com 35 anos o cara fala “não quero mais”. Daí vem treinar aqui de vez em quando, dá um treino de boxe e mete a porrada em todo mundo que está ganhando. Vem no jiu-jítsu e treina bem com todo mundo que está ganhando, e pensa: “ainda estou bem, acho que vou fazer mais uma”. Já vi vários. A maioria é assim. O Thales (Leites) saiu do UFC, fez uma última luta com o Hector Lombard, “meu irmão, não quero saber dessa p***”. Ficou dois, três anos, e está me ligando para arrumar luta para ele. São coisas que cansei de ver a vida toda acontecendo. E vai acontecer com ele.

– Quando falo que quero vê-lo se aposentar, é só o medo futuro com a saúde, sem precisar (passar por isso). “Ainda preciso, senão minha família não vai ficar bem”, a resposta já está aí se você vai lutar ou não vai, pode botar a luvinha e sair na porrada. Mas, como não precisa, o cara viaja a hora que quiser, vai de primeira classe onde quiser, come o que quiser, veste o que quiser, o cara vai se arriscar de novo?

O UFC quer o Aldo no UFC Rio? Já houve conversa?

– Com certeza. Conversa, conversa, não. Mas a gente sempre conversa. Na semana passada, falando de outra coisa, eles falaram: “e aí, o que está passando na cabeça do Aldo?”. Falei: “nem sei, nem conversei sobre isso com ele”. “Então quando souber vamos sentar e conversar”. Saiu na mídia lá fora que o Aldo falou naquele momento (após a luta, que queria se aposentar), então os caras querem saber o que vai acontecer. Os caras têm um astro na mão dizendo que vai se aposentar tendo que fazer uma luta. Os caras têm um astro na mão que pode ir embora amanhã, e os caras falaram: “está bom, pelo menos quero saber”. Não é um qualquer.

Fonte: Combate.

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