– Se não fosse a Sofia eu não estaria aqui, se não fosse pela Sofia eu não seria maratonista, se não fosse pela Sofia eu não teria feito três meia maratonas então se não fosse pela Sofia hoje eu seria sedentário. É uma prova que exige muito, tanto fisicamente quanto psicologicamente, mas a gente está feliz. (Levá-la) exige um pouco mais, mas quando se põe o coração na frente, quando se põe a felicidade e vê o sorriso de alguém que você tanto ama, nada se torna um peso, tudo é um prazer – conta Fabiano.

Após sete horas, cinquenta e três minutos e cinquenta e quatro segundos, ele completou a prova, realizada na Universidade de São Paulo. O primeiro trecho, de natação, ele nadou puxando um bote no qual Sofia estava sentado. No ciclismo, a bicicleta puxa um carrinho com Sofia e na corrida, Fabiano empurra um outro carrinho durante todo o percurso.

Quando fez o exame morfológico no início da gravidez, Fabiano e a esposa ficaram sabendo que ela nasceria com alguma anomalia. O que Sofia tem nunca foi totalmente esclarecido, mas ela não é falante, e tem pouco desenvolvimento motor nas pernas, não conseguindo andar.

– São coisas que sempre perguntam para uma mulher quando está gravida: o que você deseja, menino ou menina? Isso é uma pergunta de praxe e as pessoas respondem, “Ah pra gente tanto faz, desde que venha com saúde”. Mas se não vier com aquela devida saúde que você quer? Como fazer? Como fazer com que eles se sintam amados em um lar? Como fazer eles não serem um peso e isso é o que a gente procura fazer, com que ela se sinta amada que ela se sinta acolhida – disse.