Possíveis soluções e estratégias levantadas nos debates têm tido o acompanhamento da superintendente, Rebecca Garcia
MANAUS – Criar políticas industriais e aprimorar projetos de diversificação do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), são temas que vem encabeçando a semana de comemoração dos 49 anosda Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). As possíveis soluções e estratégias levantadas nos debates têm tido o acompanhamento da superintendente da autarquia Rebecca Garcia, que em recente entrevista ao Jornal do Commercio disse não existir política industrial para o Amazonas.
Desentrave de PPBs
A superintendente acredita no empenho dos governos federal e estadual, para estas políticas, que abordam entre outras questões, um tratamento específico para os Processos Produtivos Básicos (PPBs). “Se vê cada vez mais necessária a criação de políticas industriais para o modelo. Principalmente aquelas voltadas aos PPBs, o que garante a competitividade da ZFM frente a outros polos. Acredito que haverá empenho quanto a essas questões”, disse Rebecca Garcia.
Superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, pede aos conselheiros um olhar mais apurado para novidades. Foto: Diego Queiroz/Suframa
Ainda sobre PPBs, Rebecca Garcia sugeriu na última reunião do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam), no dia 25, que os conselheiros tivessem um olhar mais apurado para novidades. “Penso que se devam eleger como prioridades alguns PPBs. Os drones, produtos que despontam no mercado mundial ainda não são fabricados aqui. Ter PPBs na gaveta para esta categoria atrairia a atenção dos fabricantes”, comenta a superintendente.
Plus para a indústria
Como nova política industrial foi cogitada a criação de incentivos extrafiscais como um ‘plus’ para empresas residentes ou a chegar ao PIM que atraiam outras, como as de componentes. “Por hora estamos estudando todas as estratégias, identificando gargalos e soluções e se essa for a mais propícia, será vista com cuidado, temos que investir em todo tipo de instrumentos que garantam incentivos para a indústria”, afirmou a superintendente.
Defensor da ideia de ‘incentivos extrafiscais’ o economista e consultor, Jose Laredo acredita no fortalecimento da indústria por meio de instrumentos do tipo. “Por lei não é permitido a concessão de incentivos diferenciados para o PIM, os extrafiscais devem ser pensados. Vamos tomar como exemplo, uma fábrica que ao se mudar para Manaus traga três componentistas para supri-la de insumos. Essa empresa precisa ter uma compensação por gerar mais empregos”, comenta.
Centros de Estudos para ajudar a melhorar Políticas que garantam a proteção da Zona Franca de Manaus em caso de guerra fiscal com outras unidades da federação, a criação de ‘Centros de Estudo sobre o Futuro’ são algumas propostas do professor doutor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e ex-coordenador-geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Suframa, José Alberto Machado. “Alguns concorrentes têm uma força enorme, um exemplo é a Zona Franca do Semiárido nordestino. Temos que prestar atenção ao que acontece ao nosso redor e aprender com esses casos, tê-los como referência”, comentou Machado que continuou, “Centros de estudo nos dariam uma visão mais global. Não sabemos o que acontece nos países próximos que estão sendo invadidos pelas máquinas chinesas, e não estamos nesses países como parceiros comerciais”, afirma.
De acordo com Machado, a diversificação da matriz econômica é uma forma de se expandir o alcance dos incentivos para além da indústria de transformação. “A biotecnologia e até mesmo a bionanotecnologia que desenvolvam alimentos devem ser pensadas como uma inovação para o modelo atual. Temos olhos apenas para o polo de duas rodas, eletrônicos e condicionadores de ar. Quando olharmos para a nossa força junto aos recursos naturais talvez possamos entrar na agenda do governo federal de lógica da cadeia produtiva”, ressalta.
