Em entrevista para a rádio uruguaia “Sport890”, o atacante deixou claro que a postura era sempre buscar “a melhor solução”. No fim das contas, os atletas baixaram seus vencimentos em 70% para que o Barcelona pudesse pagar os demais funcionários durante a pandemia do coronavírus, uma vez que não há previsão para retorno do futebol na Espanha.

– Dói porque somos os primeiros que queriam chegar a um acordo. Sabemos qual é a situação em que o clube se encontra, a situação em que o mundo está hoje e era só um detalhe mínimo. Mas foram ditas coisas (como) que os jogadores não queriam ceder, que os jogadores de basquete e de handebol haviam chegado a um acordo e nós não. Não chegamos a um acordo porque estávamos esperando a melhor solução para o clube e para nosso benefício e tentando ajudar os funcionários. Ninguém do elenco se recusou, pois sempre quisemos colaborar.

O atacante também aproveitou a oportunidade para solicitar que o governo uruguaio decrete a quarentena obrigatória:

– É a melhor solução para o bem de todos. Sei que no Uruguai é difícil porque muitas pessoas vivem do dia a dia, mas se nem todos nos unirmos e formos todos para o mesmo lado, será difícil sair dessa situação.

Por outro lado, Suárez garantiu que nunca pensou em voltar ao país para passar a quarentena, assim como fizeram os uruguaios Godín e Cavani.

– Se for para correr o risco de expor minha família para ir ao Uruguai e ficar enclausurado, sinceramente, prefiro cuidar dos meus, cuidar de toda a população (…) e ainda mais saindo de um dos países com mais infectados, como a Espanha.

Suárez lembrou que a interrupção foi útil para se recuperar da lesão no joelho que o mantinha longe dos gramados. Mas ele também previu que o retorno será árduo.

– Com tudo isso, não vou mais perder nenhum jogo. Será difícil voltar ao normal, há equipes que estão tendo muitos prejuízos, com a perda da receita da televisão, da venda de produtos e que são difíceis de recuperar porque as pessoas não terão dinheiro para obter essas coisas – encerrou.