Ex-campeão dos médios e dos meio-médios relata ainda negativa por luta com Nate Diaz, e afirma que hoje não faz sentido enfrentar Anderson Silva: “Tenho muito mais a perder do que a ganhar”
Aos 37 anos e campeão em duas categorias diferentes do Ultimate – nas quais abriu mão dos títulos -, Georges St-Pierre quer continuar a fazer história. Agora, o canadense sinaliza em buscar o cinturão do peso-leve (até 70kg). Para isso, ele disse estar de olho no vencedor do duelo entre o campeão Khabib Nurmagomedov e o desafiante e ex-campeão Conor McGregor. O russo e o irlandês se enfrentam no dia 6 de outubro, em Las Vegas, no UFC 229.
– Estou interessado nessa luta. Essa é uma situação “ganha-ganha”. É uma luta por título e é um bom dinheiro. Vai ser uma grande luta. No entanto, lutei no peso-meio-médio (até 77kg) e renunciei ao título, e lutei no peso-médio (até 84kg) e renunciei ao título. Não acho que o UFC vai me deixar lutar pelo título dos leves. Eles ficarão com medo de eu desistir e deixar a divisão em ruínas novamente – apontou St-Pierre ao “Submission Radio”.
Para falar do corte de peso para esta divisão mais leve que as demais em que lutou, St-Pierre usou o próprio campeão da categoria para demonstrar que não seria um problema bater o limite de 70,3kg.
– Já conheci o Khabib, e ele é realmente maior do que eu quando está fora de competição. Ele é um cara grande, anda em torno de 88,5kg. Agora, peso menos de 83,9kg (o limite do peso-médio). Estou com 83kg, 83,9kg. Sempre fui assim, é meu peso natural. Mas sim, acho que consigo bater 70,3kg (…). Não sou um grande fã de corte de peso, mas me deixariam fazer isso? Não sei. Seria bom para o meu legado e uma grande luta, mesmo que não fosse válida por um título. Vamos ver o que vai acontecer.
Em maio, Dana White, presidente do UFC, chegou a confirmar que negociava para ter St-Pierre contra Nate Diaz no UFC 227, realizado no último sábado em Los Angeles. O canadense, no entanto, disse que não se interessou pela luta.
– A última vez que me pediram para lutar, seria contra o Nate Diaz, em setembro, mas não estou muito animado para lutar contra ele. Em termos de dinheiro, sim, seria muito dinheiro porque Nate Diaz é um grande nome, mas preciso lutar com um cara que me ajudará a melhorar o legado e também com o dinheiro. Estou num ponto da minha carreira em que só tenho mais algumas lutas.
A última luta de St-Pierre foi em novembro de 2017, quando finalizou o então campeão dos médios Michael Bisping. Depois, o lutador abriu mão de seu cinturão e voltou à aposentadoria em que esteve por quatro anos antes desse combate.
Sobre uma possível luta com Anderson Silva, que poderá voltar a lutar em novembro depois de cumprir suspensão por doping, Georges St-Pierre relatou o que aconteceu antes para que esse encontro nunca fosse visto. E não vê possibilidades de isso acontecer hoje em dia.
– (Silva não me interessa) agora. Essa luta foi interessante em outros momentos, quando eu tinha muitos desafiantes na minha divisão. E essa luta, se tivesse sido feita, queria que fosse com testes extras de doping, sobre os quais o UFC não era fã porque não queriam que a WADA (Agência Mundial Antidoping) fizesse parte dela, e foi antes de a USADA (Agência Antidoping dos EUA) entrar. E também seria em um peso-casado – isso foi o que pedi. Se você é um lutador ativo e luta sempre em poucos meses, subir, descer, subir e descer é muito difícil – e eles não queriam fazer isso. Eu queria a luta com testes extras, e eles não tiveram o teste naquele momento. É por isso que essa luta nunca aconteceu (…). Hoje não acho que seja uma situação vantajosa para mim, porque tenho muito mais a perder do que a ganhar lutando agora contra o Anderson Silva – concluiu.