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Qual a diferença entre Haptic Touch e 3D Touch no iPhone?

O novo iPhone XR (pronuncia-se “10 erre”) não traz, para decepção de muitos, o famoso 3D Touch, capaz de interagir com o sistema quando pressionamos com mais força a tela do aparelho. Porém, a Apple incluiu no XR uma espécie de substituto, que pretende realizar a maioria das funções que o 3D Touch realiza. Ela chamou esta nova maneira de interação de Haptic Touch (ou na sua tradução, toque tátil).

Mas qual a real diferença entre eles? O Haptic Touch substitui mesmo a função anterior? É disso que falaremos neste artigo.

 

História do 3D Touch

O 3D Touch foi apresentado quase como uma revolução de interface no lançamento do iPhone 6s. A Apple inclusive o chamou de “a nova geração do multi-touch” e foi praticamente a principal novidade do 6s, que trazia o mesmo design externo da geração anterior.

Confira o vídeo promocional da época:

Mas os anos foram passando e a empresa não investiu mais na função, deixando-a esquecida. Uma parte dos usuários adotou a ideia e usa até hoje, para facilitar a navegação. Porém, outra grande parte (principalmente de novos usuários) não se acostumou com o 3D Touch e o usa muito pouco.

Hoje, a função mais utilizada do 3D Touch pela maioria é o botão de lanterna na tela bloqueada, junto com o atalho para a câmera.

O 3D Touch começou a subir no telhado quando a Apple passou a incorporar no iOS 12 algumas funcionalidades que antes só eram possíveis com a pressão do dedo, mas que agora podem ser feitas apenas tocando e segurando por alguns milissegundos. Um exemplo disso é o trackpad do teclado virtual.

De fato, o 3D Touch não mostrou ser a revolução de interface que a Apple prometeu no início.

Haptic Touch

Com o iPhone XR, a Apple adotou uma tela com o mesmo design daquela do iPhone X, porém não com o mesmo material. Ela não é em OLED, mas mantém o aspecto com bordas finas e curvadas da nova geração. Isso aparentemente fez a Apple ter um grande desafio técnico nas mãos, o que a fez decidir por abandonar o 3D Touch na tela LCD do XR.

Para que os usuários mais acostumados não reclamassem tanto, ela adotou no sistema algumas funcionalidades do toque com pressão, mas sem precisar da pressão. Ela chamou isso de Toque Tátil (Hapitc Touch), que nada mais é do que o clássico “tocar e segurar“, aliado a uma vibração do aparelho. Esta vibração causa a sensação no usuário de que um botão físico está sendo pressionado (como acontece no botão frontal do iPhone 7 e 8).

Este toque tátil do iPhone XR não substitui por completo o 3D Touch. Por exemplo, não permite os atalhos nos ícones dos aplicativos na tela inicial. Nem possibilita o “peek & pop” para pré-visualizar links no Safari ou mensagens no Instagram/WhatsApp antes de abri-las. Mas aos poucos a Apple vai fazendo a transição: no iOS 12.1.1, ela incorporou a pré-visualização de notificações na tela bloqueada, com o toque tátil. Mas ainda há diferenças entre as duas maneiras, como é possível ver no vídeo abaixo:

A visualização com o 3D Touch é imediata ao pressionar, enquanto no toque tátil do XR é preciso tocar, segurar e depois soltar.

O nome Haptic Touch pode até ser pomposo, mas na verdade parece ser apenas uma nomenclatura de marketing. Na teoria, apenas o XR tem por enquanto o Haptic Touch, porém no iPad (que também não possui 3D Touch) já é possível fazer alguns gestos similares desde o iOS 11. É possível visualizar notificações na tela bloqueada ou acessar menus na Central de Controle, tocando e segurando.

Futuro do 3D Touch

Com tudo isso, será que a Apple pretende acabar de vez com o 3D Touch? É difícil afirmar algo do tipo neste momento. Os novos iPhone XS ainda trazem o toque com pressão na tela, o que mostra que, pelo menos oficialmente, a tecnologia não foi descartada. Mas teremos que esperar para ver no futuro o que a maçã pretende fazer com ela.

É uma tecnologia não muito fácil de ser implementada. Para o 3D Touch funcionar, é preciso haver uma camada extra na tela, que identifique a pressão. Dizem alguns comentários de bastidores que isso foi um dos grandes empecilhos para a implementação de um scanner de digitais sob a tela, que fez a Apple abandonar de vez o projeto.

iPad nunca teve 3D Touch e talvez nunca terá, porque a superfície da tela é muito grande para que a pressão seja identificada de modo correto. A tecnologia de pressão funciona apenas para telas menores, com bordas próximas uma da outra. É uma tecnologia que fica de fora de um dos carros chefes da Apple, o iPad, o que também conta negativamente para ela.

Portanto, o aclamado Haptic Touch é apenas um toque longo na tela, com resposta vibratória. Talvez ele seja um aviso de que o querido 3D Touch esteja com seus dias contados.

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