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Preso trio acusado pelas mortes de três homens, próximo à Praia da Lua. Vítimas foram obrigadas a pular de barco durante a noite, no rio Tarumã

Antônio José Monteiro, de 45 anos, conhecido como “Louro”; Maicon Ribeiro de Oliveira, de 25, o “Pato”, e Sharlim Silva Charles, de 18 anos, conhecido como “Gatinho”, foram presos pela Polícia Civil do Amazonas em cumprimento a mandados de prisão preventiva por latrocínio.  O trio foi preso em flutuantes distintos, localizados na Marina do Davi, bairro Ponta Negra, zona oeste da cidade.

De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), delegado Adriano Felix, os três são autores de caso de latrocínio que teve como vítimas Cristiano Cezar de Souza, de 38 anos; Raimundo Marcelo Alves Moura, de 37, e Jardel da Silva Ribeiro, de 22 anos. As mortes ocorreram na noite do último dia 16 de fevereiro, no Rio Negro, nas proximidades da Praia da Lua e Comunidade Nossa Senhora de Fátima, zona rural de Manaus.

Segundo Adriano Felix, na ocasião do crime, Maicon e Sharlim, em uma embarcação, interceptaram a lancha em que Cristiano, Raimundo e Jardel estavam, além de um homem de 38 anos, que sobreviveu à ação dos infratores, que tinham a intenção de roubar o motor de popa de 15 HP, da lancha das vítimas.

Utilizando uma arma de fogo, a dupla ordenou que as vítimas pulassem no rio. Dos quatro ocupantes da lancha, apenas um conseguiu nadar até a margem do rio e pedir socorro. Segundo o titular da Derfd, Antônio José forneceu a arma de fogo e a lancha para os dois comparsas cometerem o crime.

De acordo com a autoridade policial, os mandados de prisão preventiva dos infratores foram expedidos no último dia 27 de fevereiro, pela juíza Rosália Guimarães Sarmento, no Plantão Criminal.

“No dia do crime, Maicon e Sharlim, que estavam em uma embarcação fornecida por Antônio, interceptaram a lancha em que Cristiano, Raimundo e Jardel estavam, com a intenção de roubar o motor de popa de 15 HP da lancha. Usando uma arma de fogo, a dupla ordenou que as vítimas pulassem no rio. Antônio José também forneceu a arma de fogo para os dois comparsas cometerem o crime”, informou o delegado.

Pânico – O titular da Derfd explicou que Cristiano, Raimundo e Jardel morreram afogados. Durante a coletiva de imprensa, o único sobrevivente da ação criminosa relatou os momentos de pânico vividos. Ele informou, ainda, que ele e as vítimas estavam fazendo um trabalho voluntário para a igreja que frequentavam, em comunidades no interior do Estado, quando foram abordados pelos infratores.

“A abordagem foi bastante violenta. Um deles, inclusive, chegou a agredir o Cristiano. Fui o primeiro a pular, mas logo ouvi Cristiano pedindo ajuda, dizendo que não sabia nadar. Eu ainda tentei ajudá-lo, porém, percebi que estávamos muito longe da margem. Minhas roupas estavam ficando cada vez mais pesadas e, nesse momento, ele disse para eu me salvar”, relatou Alexandre, visivelmente emocionado.

Motor roubado – Conforme o delegado titular da Derfd, os infratores subtraíram o motor da embarcação onde as vítimas estavam e o venderam por R$ 700. Eles ainda tentaram afundar a lancha ocupada pelas vítimas, mas não conseguiram e a abandonaram no rio.

“Eu quero agradecer primeiramente a Deus e depois aos policiais, pela competência e comprometimento com o caso. Foi um trabalho árduo, que exigiu muito esforço e dedicação, pois como não tinha imagens, estava escuro e não pude descrever esses homens, mas a equipe da Derfd e o delegado Adriano Felix foram incansáveis, extremamente competentes e dedicados”, argumentou Alexandre.

Confessos – O titular da Derfd ressaltou que, em depoimento na unidade policial, o trio confessou o delito. Após cometer o crime, Maicon e Sharlim abandonaram a lancha da vítimas no Rio Negro e levaram o motor de popa. O objeto foi vendido por R$ 700 para um indivíduo, ainda não identificado, no bairro São Raimundo, zona oeste da cidade. Durante as diligências os policiais civis da Derfd apreenderam a arma utilizada no crime, uma espingarda calibre 38.

Os três infratores confessaram, ainda, a autoria de pelo menos dez roubos naquela área da zona rural, com as mesmas características. Eles abordavam as vítimas, faziam com que elas pulassem no rio, levavam a lancha e posteriormente abandonavam a embarcação na margem do rio e ficavam com o motor para vendê-lo.

Durante consulta ao Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), foi constatado que Sharlim já tinha passagem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

Indiciamento – Antônio José, Maicon e Sharlim foram indiciados por latrocínio, latrocínio tentado e associação criminosa. Ao término dos procedimentos cabíveis na especializada, o trio será levado ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde ficará à disposição da Justiça.

 

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