Ausências dos garçons Benítez e Andrey e menor minutagem podem ser alguns dos motivos que levam argentino a concluir menos. Sem gols do artilheiro, time não vence, cai na Copa do Brasil e perde posições no Brasileiro
Por Hector Werlang, Marcelo Baltar e Roberto Maleson — Rio de Janeiro
Após um início de trabalho animador, o Vasco atravessa seu pior momento sob o comando de Ramon Menezes. Mais do que a nítida queda de rendimento, os números retratam a fase ruim da equipe. São cinco jogos sem vencer, incluindo dois empates e três derrotas.
O jejum coincide com a seca de Germán Cano. O argentino não marca há cinco jogos. Seu último gol foi justamente na última vitória do Vasco, no 3 a 2 contra o Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro, em 13 de setembro.
cano, vasco, treino, são januário — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco
Ramon minimizou o jejum de Cano, após de a derrota para o Atlético-MG.
– O Cano é um dos artilheiros da competição. Daqui a pouco vai voltar a fazer gols. Meu foco é recuperar todos – disse o treinador.
De fato, não parece ser o caso de apontar uma eventual má fase do argentino. Entre os torcedores, não há quem conteste seu goleador. Mas o jejum de cinco jogos chama atenção. Afinal, Cano vivia uma regularidade impressionante. Foram 16 gols na temporada, sete deles no Brasileiro. Após a vitória sobre o Botafogo, a Fifa o apelidou de “Máquina de Gols”.
O ge foi atrás para tentar entender os motivos que levaram Cano a parar de balançar as redes. Houve chances desperdiçadas? Sim, mas os números mostram que o argentino foi menos municiado nos últimos jogos.
Alguns fatores que podem ajudar a explicar:
1) Ausências dos garçons Benítez e Andrey
Andrey e Benítez são os caras que mais deram passes para finalizações de Cano no Brasileiro. Nesse período de seca, a dupla foi desfalque em alguns jogos. O argentino foi ausência contra Coritiba e Bragantino, enquanto o volante ficou fora por três jogos, no primeiro encontro diante do Botafogo, na Copa do Brasil, e também nos jogos no Couto Pereira e contra o time de Bragança Paulista, em São Januário . Os dois, porém, estiveram em campo contra o Atlético-MG, e Cano pouco apareceu na partida. Suspensos, Andrey e Benítez desfalcam o Vasco mais uma vez nesta quarta, contra o Bahia.
Ranking dos garçons de Cano no Brasileiro
Ranking de passes para finalizações de Cano no Brasileiro — Foto: ge
2) Menos finalizações por jogo
Até a 10ª rodada, Cano finalizou 19 vezes a gol. Ele tinha uma média de 2,1 arremates por jogo. Nos últimos três jogos (contando só Brasileiro) foram somente quatro finalizações – média de 1,3 por partida. Uma redução de 62% na média de finalizações por jogo.
Cano passou em branco contra o Botafogo pela Copa do Brasil — Foto: André Durão/ge
3) Menos minutos em campo
- Em 2020, Cano permaneceu em campo pelo Vasco 43h40min14s (ou 2.620 min) – média de 93 minutos por jogo.
- Antes das cinco últimas partidas ele tinha média de 94 minutos em campo (2.176 min no total).
- Nas últimas cinco partidas, Cano foi substituído duas vezes e ficou em campo 443 minutos em campo – média de 88 minutos por jogo.
As substituições não têm relação com o momento do atacante. Ramon explicou que vem sacando o argentino para não “estourar” seu artilheiro. Cano participou de todos os jogos do Vasco desde que o futebol foi retomado, após a pandemia. São 17 jogos seguidos.
As chances de Cano nos últimos 5 jogos
Botafogo 1 x 0 Vasco
No jogo de ida contra o Botafogo pela Copa do Brasil, o artilheiro recebeu de Benítez nas costas da zaga e pegou de primeira. Gatito fez grande defesa.
Coritiba 1 x 0 Vasco
Cano teve duas chances no jogo. A primeira criada por ele próprio. O atacante roubou a bola na intermediária e chutou de longe. Wilson salvou o Coxa.
A outra oportunidade surgiu de um cruzamento de Bruno César da esquerda. Cano pegou de primeira e parou outra vez em Wilson.
Vasco 1 x 1 Bragantino
Logo no início do jogo, em São Januário, Juninho cruzou nas costas da defesa, e Cano surgiu livre para cabecear para fora. Chance desperdiçada que o argentino não costuma perder.