Autor brasileiro estava escrevendo uma obra infantil em colaboração com o craque do Los Angeles Lakers, que era fã de seu livro “O Alquimista”
Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2020/01/27/gettyimages-1054810268.jpg "Paulo Coelho diz que pode escrever livro")
Juan Ocampo/NBAE via Getty Images
O escritor Paulo Coelho afirmou em uma entrevista à agência de notícias AP que, no futuro, pode escrever “sobre as coisas que aprendeu com Kobe e como ele era uma pessoa maior que a vida”. Depois da morte trágica do astro da NBA em um acidente de helicóptero na Califórnia, nos Estados Unidos, que também vitimou Gianna, filha do ex-atleta do Los Angeles Lakers e mais sete pessoas, neste domingo, o brasileiro publicou em seu Twitter que estava escrevendo um livro infantil em parceria com o Black Mamba, que era fã de sua obra “O Alquimista”. Com o falecimento, o autor declarou que deletaria o esboço, pois ele tinha perdido sua razão.
– Você foi mais que um grande jogador, Kobe Bryant. Eu aprendi muito por interagir com você. Vou deletar o esboço agora, esse livro perdeu sua razão – lamentou.
Depois da morte de Kobe, Paulo Coelho divulgou no Twitter a conversa que teve com o ex-atleta que aconteceu em agosto do ano passado quando o pentacampeão da NBA e bicampeão olímpico de basquete sugeriu que eles escrevessem um livro em colaboração.
– A qualquer hora – respondeu o brasileiro na ocasião.
Paulo Coelho
✔@paulocoelho
You were more than a great player, dear Kobe Bryant. I learned a lot by interacting with you. Will delete the draft right now, this book has lost its reason
Paulo Coelho disse à agência de notícias AP que ele queria que o livro mostrasse às crianças mais pobres que elas poderiam usar o esporte como forma de superar as adversidades. Através de sua companhia multimídia, a Granity Studios, Kobe trabalhou com escritores para publicar uma série de livros infantis sobre esporte e mágica.
– O que eu tive foi uma ideia e eu sabia onde queria que os personagens fossem. Eu sei onde deveriam começar e onde deveriam terminar quando a série chegasse ao fim. Eu tive a ideia, mas eu sabia que eles (os escritores) poderiam fazer isso mil vezes melhor. Então era meio que sentar, compartilhar essas ideias e ver onde chegaria.
Paulo Coelho disse que Bryant estava “sempre muito preocupado em fazer um livro que fosse um exemplo positivo para as crianças, especialmente as que tinham origens humildes”.
– Começou nisso. Aos poucos, estávamos evoluindo. Eu o via o número de vezes necessária para garantir que ele pudesse ter muito mais que esporte na sua cabeça, não era tudo sobre competição. Sua morte trágica mostrou como ele era importante para o mundo, não só para os Estados Unidos. Vamos discutir seu legado por anos, muito além do esporte.
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Kobe Bryant, astro do Los Angeles Lakers — Foto: Ronald Martinez/Getty Images
Desde que se aposentou, em 2016, Kobe se dedicou quase que integralmente em ajudar jovens jogadores a desenvolver o basquete e também a trabalhar com crianças. Ainda naquele ano, o ex-jogador revelou que tinha o sonho de fazer o livro e que já tinha entrado em contato com o escritor brasileiro para falar sobre a ideia.
O ex-atleta passou a dedicar as manhãs à escrita e chegou a produzir dois livros antes de morrer. O “Mamba Mentality”, em que fala sobre preparação para o jogo e sua doutrina, e o Wizenard Series, em parceria com Wesley King, uma série de livros que conta a história de cinco jovens jogadores de basquete.
