Craque chega ao Mundial após bom início de temporada no PSG e com a seleção invicta há 35 jogos, confiante depois dos títulos da Copa América e da Finalíssima
O tempo passou, e Messi mudou. Assim como a Argentina. O craque de 35 anos chega à Copa do Mundo de 2022, a última da sua carreira, após meses de recuperação no Paris Saint-Germain e enfim com uma seleção sólida, capaz de levá-lo ao sonhado título.
Essa é a segunda reportagem sobre os três craques considerados pelo ge como os principais candidatos ao posto de “O Cara da Copa” deste ano. O primeiro foi Neymar, e o próximo será Benzema.
A Argentina de Messi estreia no dia 22 de novembro, contra a Arábia Saudita, às 7h (de Brasília).
CORAÇÃO DA “SCALONETA”
Messi vai disputar a sua quinta Copa do Mundo. A Argentina foi considerada favorita nas edições de 2010 e 2014, muito por causa de seu principal jogador. Mas havia sempre algum desequilíbrio.
O cenário deste ano é diferente. A Argentina leva na bagagem para o Catar uma invencibilidade de 35 jogos oficiais — a maior da história da seleção. A campanha nas eliminatórias sul-americanas, com 11 vitórias em 17 partidas, foi a segunda melhor da equipe em todos os tempos.
O ápice até agora da “Scaloneta”, apelido da equipe do técnico Lionel Scaloni, foi a conquista da Copa América de 2021, em cima do Brasil, título que encerrou uma seca de 28 anos. Messi foi o artilheiro do torneio, com quatro gols em sete jogos, e eleito o melhor jogador.
— A Copa do Mundo é muito difícil. Mas vamos estar lá, somos um deles (favoritos). Estamos bem, estamos confiantes. Queremos que essa conexão com as pessoas continue assim, além dos resultados. Quando estamos unidos, a Argentina é difícil de ser batida — afirmou Scaloni, durante o lançamento da plataforma digital “AFA Studio”.
VIDA DIFÍCIL EM PARIS
O ótimo ciclo de Messi com a seleção sob o comando de Scaloni contrastou por meses com o desempenho muito abaixo das expectativas na primeira temporada no Paris Saint-Germain.
O craque argentino chegou em agosto do ano passado, após saída turbulenta do Barcelona. Não era a intenção dele deixar a Catalunha. O clube francês ofereceu dinheiro, estrutura e um elenco de alto nível.
— Messi tinha jogado a vida toda no mesmo lugar. Por mais que seja o melhor jogador do mundo, precisava de tempo de adaptação ao time, ao futebol francês. Agora já está acostumado, e os colegas entenderam que esta pode ser a equipe também de Messi — comentou o jornalista argentino Ariel Senosiain, autor do livro “Messi: O gênio completo”.
A conquista da Bola de Ouro 2021 se deu pelo rendimento no Barça. Em 2020/21, ele disputou 47 jogos pelo time espanhol, marcou 38 gols e deu 12 assistências. O único título foi a Copa do Rei. Controversa, sua vitória fez a France Football mudar o período de avaliação.
Messi ainda ficaria em segundo lugar na disputa pelo título de melhor jogador do mundo da Fifa, atrás de Robert Lewandowski. Mas a realidade é que ele não repetiu em 2021/22 o mesmo brilho de antes.
O atacante fechou a temporada passada com 11 gols e 14 assistências em 34 jogos. Foi o terceiro pior ano dele em número de gols na carreira.
ENFIM, EM CASA
A vida de Messi e de muitos dos talentos do PSG mudou com a saída de Mauricio Pochettino e a chegada do técnico Christophe Galtier. O time lidera o Campeonato Francês com folgas e vem bem na Champions.
O atacante se tornou o primeiro jogador em toda a história a marcar em 18 edições consecutivas do torneio europeu, e estabeleceu o recorde de gols em adversários: 39 times diferentes.
— Me sinto bem fisicamente. Tive uma boa pré-temporada este ano, o que não pude fazer no ano anterior (quando ainda estava no processo de deixar o Barcelona e pós Copa América). Foi fundamental começar melhor, como fiz, com muito foco mental e vontade — disse Messi, em entrevista ao Star+ em outubro.