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Número de incêndios florestais é o menor em 20 anos, diz Ibama

A temporada de fogo está chegando ao fim na maior parte do país, e o balanço não poderia ser melhor: o índice de focos de calor, que inclui incêndios florestais e queimadas, em outubro é o mais baixo em 20 anos, desde o início da série histórica divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) a partir de 1998. Nesse mês, foram registrados 19.571 focos, uma redução de mais de 40% em relação ao mesmo mês do ano passado. Confira aqui.

Dados do Centro Nacional de Prevenção de Combate a Incêndios Florestais (PrevFogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), indicam a ocorrência de apenas sete grandes ações de combate a incêndios florestais e quatro de proporções intermediárias durante o período mais crítico da temporada de fogo, que vai de agosto a outubro.

As principais ocorrências se concentraram nos estados do Acre, Rondônia e Amazonas e exigiram a mobilização doCentro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman). O Ciman é uma espécie de sala de situação, que envolve vários órgãos federais, e coordena anualmente, durante a temporada de incêndios florestais, as ações nacionais, mobilizando pessoal e equipamentos. A coordenação fica a cargo do Ibama.

Em função da atual situação de normalidade, o Centro, que este ano começou a funcionar no início de agosto, suspendeu as reuniões presenciais, que eram realizadas semanalmente, e mantém apenas o Ciman Virtual, para cuidar das ações rotineiras de monitoramento remoto, por meio dos satélites do Inpe.

Antes mesmo de ativar o Ciman, o Ibama já havia contratado 1.565 brigadistas. Eles foram capacitados para a prevenção e o combate e distribuídos entre os 19 estados que historicamente mais registram incêndios florestais.

Na capacitação, os brigadistas aprendem o Manejo Integrado do Fogo (MIF) que, entre outras coisas, busca reduzir no período que antecede a temporada de incêndios florestais o volume de material combustível (mato seco) nas matas e florestas, principalmente em áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas e quilombolas.

De acordo com as técnicas do MIF, o mato seco é eliminado por meio da queima prescrita, feita sob controle pelos agentes do Prevfogo e brigadistas, o que evita o acúmulo de material combustível, capaz de gerar incêndios de grandes proporções.

Além da contratação de brigadistas, o Ibama montou toda uma estrutura de viaturas e equipamentos para dar mais eficiência e agilidade às ações do Prevfogo. Essa estrutura incluiu bombas costais e abafadores, caros e caminhões e, também, aeronaves.

“Neste ano, conseguimos aumentar a área de queima prescrita, chegar antes nos locais de fogo e mobilizar aeronaves e outros equipamentos, o que nos deu mais condições de eliminar a maioria dos focos de incêndios logo que surgiram”, disse o chefe do Prevfogo, Gabriel Zacharias.

Mesmo com a situação sob controle, o Ibama não para. Nesta quarta-feira (21), o Prevfogo reuniu gestores dos estados, na sede do Ministério do Meio Ambiente, na 505 Norte, em Brasília, para um balanço das ações deste ano e preparação para o ano que vem.

O encontro serviu de prévia para a reunião da Diretoria de Proteção (Dipro), marcada para próxima semana, também em Brasília, que vai discutir o Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental de 2019.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Os trabalhos de prevenção e combate ao fogo nas unidades de conservação federais, a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), também alcançou bons resultados neste ano.

Segundo a Coordenação de Prevenção e Combate a Incêndios (Coim), do ICMBio, foram registrados, de janeiro a até este mês, 615 mil hectares de áreas queimadas. O número é o menor da série histórica da Coim, inaugurada em 2010. Só em 2012 houve algo semelhante.

Excetuando-se alguns pequenos focos localizados e debelados rapidamente em algumas UCs, o ICMBio enfrentou apenas dois casos de incêndio de maior dimensão: um no Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) e outro na Serra da Canastra (MG). Mesmo nesses locais, onde o fogo causou preocupação, o combate foi feito com agilidade e eficiência e sucesso, sendo encerrado em poucos dias.

Além de contratar 1,2 mil brigadistas, mobilizar equipamentos e viaturas e providenciar aceiros (faixa de terra limpa para evitar a propagação das chamas) nas unidades de conservação, o ICMBio, também, adota o Manejo Integrado do Fogo.

“A cada ano, estamos melhorando as nossas estratégias e ferramentas de combate aos incêndios florestais. Os números deste ano são um resultado desse esforço”, disse João Paulo Morita, coordenador substituto da Coim, do ICMBio.

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