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Novas recomendações globais ampliam possibilidades de tratamento do câncer colorretal

A National Comprehensive Cancer Network (NCCN), instituição independente e referência mundial em orientações para o tratamento do câncer, publicou uma nova edição do NCCN Guidelines®, um documento com normas práticas clínicas de oncologia com alterações significativas no tratamento do câncer colorretal. As mudanças são reflexo do avanço da Medicina no conhecimento dos tumores e nos métodos de tratamento, baseados em eficácia, segurança, qualidade, quantidade e consistência de evidências, além de acessibilidade das terapias disponíveis para os pacientes no mundo.

Com as novas recomendações, a localização do tumor no cólon passa a ser fundamental para o médico estabelecer a terapia adequada, que pode alterar caso o tumor esteja no lado esquerdo ou no lado direito do órgão. De acordo com as recomendações da NCCN, nos tumores colorretais sem a mutação no gene RAS, o tratamento a base de quimioterapia com os inibidores de EGFR não está mais indicado para os que nascem no lado direito, sendo que para o lado esquerdo todas as opções atuais de tratamento continuam válidas.

Atualmente, um dos pontos mais sensíveis para a escolha da terapia no tratamento do câncer de colorretal são os biomarcadores genéticos. No caso da mutação RAS nas células tumorais, ao ser identificada, a recomendação do documento é que o tratamento seja estabelecido com a combinação do bevacizumabe com a quimioterapia.

Com essa alteração, o especialista já pode definir o tratamento baseado no perfil do paciente e com marcadores mais específicos de mutações e localização no órgão. A oncologista Renata D’Alpino do Hospital Alemão Oswaldo Cruz de São Paulo, aponta que é mais um passo para o tratamento personalizado. “Essa recomendação é mais uma avaliação de que é necessário considerar o perfil, demais mutações e qualidade de vida do paciente, antes de indicar um tratamento adequado”, afirma a especialista.

Sobre o câncer colorretal

O câncer de colorretal é geralmente formado a partir dos pólipos, lesões benignas que podem crescer nas paredes internas do intestino grosso e podem se tornar malignas com o tempo. “O ideal é que pessoas acima de 50 anos façam exames de prevenção, como o rastreamento de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia. Para quem tem histórico familiar, o indicado é buscar uma avaliação de um especialista para indicar a melhor idade para iniciar o rastreamento”, explica a oncologista.

Alimentação e hábitos de vida saudáveis ajudam na prevenção da doença. Dieta rica em fibras, frutas e vegetais frescos parecem ter efeito protetor sobre a doença enquanto que o consumo de gordura animal e de álcool são fatores de risco reconhecidos. A obesidade, o sedentarismo e o tabagismo também estão ligados ao aparecimento do câncer de intestino. Pessoas com antecedentes familiares de pólipos, câncer do intestino, retocolite ulcerativa, câncer de mama, ovário ou útero devem procurar um médico. Para os já detectados com a doença, os atuais avanços da Medicina com a chegada de terapias modernas no Brasil contribuem para que a luta contra o câncer colorretal seja positiva, caso estejam disponíveis nos sistemas público e privado.

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