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“Não nos deixavam inspecionar frigoríficos”, diz fiscal do PR

O esquema de corrupção deflagrado nesta sexta-feira (17) pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, foi montado de tal forma que impedia fiscais da superintendência regional do Ministério da Agricultura no Paraná de inspecionarem alguns frigoríficos envolvidos nas irregularidades.

“A gente não conseguia exercer nossas funções. Não nos deixavam nem inspecionar vários frigoríficos no Estado”, disse um fiscal agropecuário federal, que trabalhou na regional paranaense por quase dez anos e por isso preferiu falar em condição anonimato.

O fiscal, que diz ter sofrido ameaças de retaliação e deslocamento forçado para outras superintendências, diz que servidores da seção paranaense que não concordavam com as ordens da gestão do ex-superintendente, Daniel Gonçalves Filho, preso hoje pela Operação Carne Fraca, chegaram a ter seus pontos cortados.

O servidor ainda relata que por diversas e rotineiras vezes também eram trocados supervisores de fiscalização sanitária que não estavam de acordo com a chefia da superintendência paranaense.

Por lei, os fiscais agropecuários federais precisam fazer inspeção permanente em estabelecimentos de alimentos sempre que houver abates de animais. O que, nos casos de frigoríficos, significa dizer que há pelo menos um fiscal acompanhando o processo anterior e posterior ao abate diariamente.

Sindicato denunciou O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) divulgou nota de apoio à operação Carne Fraca. A denúncia partiu do sindicato.

“O Anffa Sindical entende que a operação está alinhada aos objetivos de auditores fiscais federais agropecuários no sentido de aprimorar a inspeção de produtos de origem animal no Brasil. A entidade acrescenta que as denúncias constam de processo administrativo que tramita no Ministério da Agricultura desde 2010”, afirma, na nota, a entidade.

O sindicato diz, finalmente, “que vai continuar trabalhando para que cargos de chefia sejam ocupados por servidores públicos selecionados por meio de processos meritocráticos. Ou seja, por competência técnica, contribuindo para o fim de influências políticas”.

 

 

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