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‘Na noite, é muito policial armado’, diz segurança de show em que Leandro Lo foi morto; 6 pessoas entraram com armas

O chefe da segurança do evento em que o lutador Leandro Lo foi morto com um tiro na cabeça, Moisés Amorim, informou que seis pessoas, das cerca de 1.500 que estavam no show, se apresentaram como policiais ou agentes de segurança pública, fizeram um cadastro e entraram portando armas de fogo no local.

Segundo Amorim, todos os visitantes foram revistados na entrada do evento, mas o número de policiais de folga que levam armas em eventos noturnos tem sido cada vez maior nos últimos anos.

“Na noite de São Paulo, é muito policial armado”, disse ele.

De acordo com o chefe de segurança, 40 vigilantes estavam trabalhando no show do Pixote no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo, na noite de sábado (6), quando ocorreu o crime. Não foram registradas outras confusões até o momento do disparo, segundo o segurança.

O tenente da Polícia Militar Henrique Veloso, autor do disparo, teria sido identificado rapidamente justamente por conta do cadastro.

Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo — Foto: Reprodução

Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo — Foto: Reprodução

Para Rafael Alcadipani, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), “agentes públicos que demonstram desequilíbrio emocional devem ser rapidamente retirados das ruas, perder suas armas de fogo e passar por um tratamento psicológico adequado”.

No entanto, a lei federal nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, libera o porte de armas para policiais, mesmo de folga.

Apesar disso, o chefe de segurança do evento, Moisés Amorim disse que não concorda com essa determinação legal. Ele afirmou que, ao longo de 15 anos, já presenciou várias agressões por parte de policiais de folga.

“Eu mesmo já levei coronhada de policial em um evento. Fui intervir em uma confusão, o cara sacou a arma e levei uma coronhada na cara, mas poderia ter sido um tiro”, declarou.

“A gente já sabe que eles nunca guardam [a arma], estou há muitos anos na área, já teve muito problema com isso. Já teve caso de policial chamar viatura para a gente, conheço seguranças que foram chamados à delegacia para se explicar”, completou Amorim.

Entenda o caso

Justiça mantém prisão temporária do PM que matou campeão mundial jiu-jítsu Leandro Lo

Leandro Lo levou um tiro na cabeça após uma discussão durante o show de pagode do grupo Pixote dentro do Clube Sírio na noite de sábado (6), em Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo. O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, suspeito de ter baleado o lutador, foi preso pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo fútil.

Imagens do circuito interno do clube gravaram a saída dos frequentadores do show que ocorria no local após o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo Pereira do Nascimento, de 33 anos, ser baleado durante o evento.

Após os tiros, Leandro Lo foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, também na Zona Sul, mas não sobreviveu. Testemunhas filmaram o resgate ao lutador, que foi levado em uma maca pelos corredores do clube.

Em nota, o Esporte Clube Sírio disse que “aluga seus espaços de eventos para terceiros” e que, “ao alugar, a segurança é de responsabilidade do contratante”.

Leandro Lo foi campeão mundial de jiu-jítsu por oito vezes. A última conquista, na categoria meio-pesado, foi em 2022; a primeira, em 2012, na categoria peso-leve. Lo iria disputar nos Estados Unidos mais um campeonato nos próximos dias, com outros quatro lutadores, segundo um amigo.

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