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Mulher baleada no Teatro Amazonas: versão de vigia e amigo da vítima são conflitantes

Segurança contou à polícia que o casal arrombou a porta do teatro, enquanto o homem disse que os dois encontraram o local aberto

Bruna Curcio estava em Manaus há poucos dias e perdeu a visita ao Teatro Amazonas na última sexta. Ela e Gabriel Barros tentaram entrar no teatro na madrugada de ontem

A turista Bruna Curcio de Paschoal, 25, foi baleada nas nádegas e na perna pelo vigilante da empresa Global Services Claudionor Souza dentro do Teatro Amazonas, na madrugada desta segunda-feira (22). Bruna estava na companhia do biólogo Gabriel Gazzana Barros, 33, que mora em Manaus. Eles estavam fora do horário normal de visitas do centro cultural.

Há duas  versões sobre como Bruna e Gabriel entraram no local e o que aconteceu depois . Segundo a polícia, em depoimento na delegacia Gabriel contou que Bruna perdeu o horário de visita ao teatro, mas que eles encontraram uma porta aberta e entraram no local para realizar o sonho dela, que é cineasta, de conhecer o prédio histórico.

No registro da ocorrência, o vigilante Claudionor declarou que interceptou o casal por volta da 1h da manhã e que eles haviam arrombado uma das portas da parte de trás do teatro. O vigia contou que atirou no chão para intimidar os dois pois se sentiu ameaçado pela dupla.

De acordo com o segurança, o biólogo estava sem camisa e com um objeto na mão e, sem ter condições de visualizar melhor, devido à baixa luminosidade, advertiu verbalmente o casal, que não respeitou a advertência e caminhou em sua direção.

Gabriel diz que a luz estava acesa e que o objeto em sua mão era um celular.

Perícia

A versão do arrombamento também foi repassada à imprensa  pela polícia, que não soube informar que objeto foi usado. A polícia também não soube dizer se o circuito interno de segurança do teatro filmou a ação dos dois e do vigilante. Segundo o delegado titular do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Aldeney Góes Alves, a perícia irá emitir um laudo  sobre este assunto.

A porta supostamente arrombada

Em nota, a Secretaria de Cultura (SEC) corrobora a versão de arrombamento e informa que “está apurando o ocorrido junto à Secretaria de Segurança Pública e solicitou a realização de perícia técnica no local”. A SEC diz ainda que está mantendo contato com a Secretaria de Estado de Saúde, para acompanhar o estado de saúde de Bruna Curcio.

Internada

Aldeney Alves disse que vai aguardar Bruna se recuperar para tomar o depoimento dela. Bruna foi operada ontem, para retirada dos projéteis, e segue internada no  Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. A reportagem de A Crítica esteve no hospital na noite de ontem e foi informada que a turista estava sem acompanhante na unidade de saúde e que não era possível o acesso do jornalista à paciente.

De sonho a drama

Nas redes sociais, Bruna Curcio fez, até sexta-feira,  uma série de postagem sobre a viagem   ao Amazonas, tendo inclusive registrado um passeio pelo rio Negro e pela praia da Ponta Negra usando expressões típicas, como: “Já me sentindo uma caboquinha”.

Em uma das postagens, ela explica a uma amiga que está fazendo um tour pelo Norte do país para fugir da selva de pedra (Bruna mora em São Paulo) e se mostra muito feliz com a viagem.

Antes de vir ao Amazonas, Bruna esteve na Serra da Mocidade, em Roraima, a trabalho. Ela acompanhava uma equipe de pesquisadores em busca de novas espécies amazônicas.

Pela primeira vez

O secretário de Cultura, Robério Braga,  disse ainda que nos 19 anos que ele está como gestor da pasta, nunca soube de nenhum evento semelhante. Ele solicitou um relatório da direção do teatro e reforçou a segurança.

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