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Médicos denunciam risco iminente de desmonte da qualidade do atendimento no Hospital Universitário Francisca Mendes

Médicos da direção do Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM) denunciam o risco iminente da qualidade alcançada no atendimento da unidade ser desmontada.

A situação do HUFM, que terá seu contrato finalizado com a Fundação de Apoio Institucional Rio Solimões (Unisol), atual gestora, foi discutida nessa quarta- feira (14) em reunião realizada no Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), com a participação do deputado estadual Sinésio Campos (PT) e médicos e gestores do hospital. Eles alegam que, pela falta de diálogo com a Secretaria da Saúde (SUSAM), a situação pode piorar ainda mais.

Os presentes denunciaram às promotoras o que chamaram de “desmonte” da estrutura montada no Francisca Mendes nos últimos anos o que se caracteriza, entre outros itens, pela alta especialidade da mão-de-obra que atua na unidade.

Diante do exposto, Sinésio solicitou a intermediação do MPAM no processo de transição do regime jurídico da unidade hospitalar.

“Se a gente põe um profissional que não tem experiência intensivista (especialista em terapia intensiva), o paciente vai morrer. Só este ano foram 298 mil pessoas que morreram de doença Cardiovascular, mais de 300 mil infartos. Dentre as doenças mortais a número 1 no Brasil comprovado em pesquisa é a Cardiovascular que ano passado registrou 397 mortes” disse o médico Mariano Terrazas, chefe do setor de Cirurgia Cardiovascular do HUFM.

O médico Ronaldo Castilho, coordenador do serviço de Cardiopediatria do hospital, disse que uma das maiores diferenças do Francisco Mendes é a vocação acadêmica, o que fomenta vários cursos para os médicos e demais profissionais de saúde da unidade. “Nosso DNA é ensino. Para fazer um profissional como o nosso são muitos anos de formação porque é um serviço muito especializado”, afirmou o médico.

A Procuradora-Geral Leda Mara ouviu todos os argumentos e confirmou o apoio do MPAM, além de ressaltar que o órgão já tem ampla atuação na área de Saúde, com a atuação das promotorias da área. Em relação ao Hospital Francisca Mendes, a promotora Silvana Cabral explicou que as tratativas sobre a mudança do regime jurídico daquela unidade hospitalar já vêm sendo acompanhadas pelo MPAM que tem, inclusive, posição fechada quanto à alternativa a ser adotada. “Nós defendemos a alternativa da criação da fundação pública o que já está previsto em decreto lei desde 2014 bastando, agora, ser realmente cumprido”, disse a promotora da área de Saúde.

Nos encaminhamentos, o deputado Sinésio sugeriu a realização de uma reunião ampliada, com participação de representantes da Secretaria de Estado de saúde (SUSAM), Casa Civil e Tribunal de Contas do Estado (TCE). A sugestão foi acatada e a reunião agendada para o dia 1º de Outubro, na sede do MPAM.

“Estamos aqui atendendo o clamor não só dos gestores, mas também de toda população Amazonense que enfrenta inúmeras dificuldades no campo da saúde, mormente no que se refere ao elevado índice de pessoas com problemas cardíacos como foi mencionado pelo Dr Mariano. Estamos na busca da melhor solução que culmine no funcionamento adequado do hospital do coração de Manaus, visto que o mesmo também pessoas de outros lugares do Estado”, explicou Sinésio.

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