Manaus nunca esteve tão carente de experiência na área da organização urbana. Nossa cidade virou um saco de gato, uma bagunça geral. O centro de Manaus mais parece cenas daquela recente novela da Globo, na Índia, quando eram exibidos aqueles mercadões à céu aberto.
No centro de Manaus vende-se de tudo. Roupas, brinquedos, frutas, verduras, eletrodomésticos. Tudo na mais absoluta informalidade.
Manoel Ribeiro vem de um “exílio” de 20 anos no Rio de Janeiro. Antes de partir, exerceu cargos importantes no Amazonas. Foi vice-governador, presidente do antigo Banco do Estado do Amazonas, presidente de entidades de classes ligadas à Zona Franca de Manaus e Prefeito de Manaus. Aliás, foi no cargo de prefeito que terminou a rusga de Amazonino com Manoel Ribeiro, iniciada anos antes com a disputa interna, no grupo de Gilberto Mestrinho, para saber qual dos dois seria o escolhido pelo Boto para disputar o governo. Venceu Amazonino.
Com Amazonino no Governo e Manoel Ribeiro na Prefeitura, a guerra prosseguiu, resultando na desastrada intervenção na Prefeitura de Manaus. Foi nessa intervenção que surgiu um acanhado, tímido e muito disciplinado personagem, entre tiros e arrombamentos na sede municipal: Alfredo
Nascimento, o interventor.
Manoel ainda conseguiu voltar para a Prefeitura, com base numa decisão judicial. Não teve tempo de fazer muita coisa.
Humilhado, foi para o Rio de Janeiro, onde por muito anos foi assessor do ex-prefeito César Maia.
Voltar para a Prefeitura de Manaus, como auxiliar de Amazonino, é um gesto de grandeza de Manoel Ribeiro. Demonstra que superou o passado.
Seja bem-vindo, Manoel. Manaus precisa muito de você e de um urgentíssimo choque de ordem urbana.
