Os jornalistas brasileiros reunidos na cidade de Maceió (AL), durante o 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, aprovaram por unanimidade, Moção de Repúdio, aos atos de violência e de desrespeito à liberdade de imprensa, praticados por autoridades policiais do Amazonas. A moção de repúdio também foi referendada pelo presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Jim Boumelha, jornalistas e lideranças de entidades de imprensa da América Latina, que estiveram presentes ao evento, realizado no período de 2 a 6 de abril.
A moção foi proposta pelos delegados do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas, em protesto aos recentes atos de violência e de agressão ao livre exercício da profissão, praticados contra o repórter cinematográfico da TV Band – Amazonas e o radialista Marcos Pontes, da Rede de Rádio e Televisão Tiradentes (retransmissora da Rede CBN).
No dia 27 de fevereiro, o repórter cinematográfico Jackson Rodrigues, foi agredido fisicamente e preso arbitrariamente, por policiais militares, quando iniciava a cobertura de um duplo homicídio ocorrido na cidade de Manaus. Menos de um mês depois, o radialista Marcos Pontes, teve o telefone celular dele grampeado por quatro meses, durante a produção de reportagem investigativa sobre pedofilia, envolvendo empresários e políticos amazonenses. O profissional da Rede Tiradentes, acabou indiciado pelos crimes de calunia e difamação, supostamente cometidos contra a delegada que presidia as investigações. O processo tem por base a pergunta feita pelo radialista quando entrevistava uma das pessoas envolvidas com a rede de pedofilia.
Para o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, ao aprovar por unanimidade a Moção de Repúdio aos atos de violência praticados contra os jornalistas e demais trabalhadores de imprensa do Amazonas, a Fenaj reafirma sua posição histórica, sintonizada com os jornalistas do Brasil e do mundo, e ao mesmo tempo, reage à crescente violência contra os jornalistas, no Brasil.
“Essa violência é intolerável, levando em conta a importância social que o jornalista tem, e, principalmente, do ponto de vista da agressão à democracia. Esta moção pontual, voltada ao exercício da atividade jornalística no Amazonas, tem uma dimensão universal, da postura que defendemos para os jornalistas do Brasil. Neste congresso estavam presentes jornalistas e dirigentes de entidades de imprensa do Brasil, da América Latina e o presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Jim Boumelha, que endossaram esta posição de reagir à violência, de qualquer tipo, contra jornalistas”, enfatizou o presidente da Fenaj.
