Para o sindicato dos Centros de Formação, o prazo ajudaria as 74 autoescolas do Estado a oferecerem o serviço.
Manaus – Cerca de 350 instrutores de autoescolas de Manaus estiveram em frente à sede do governo, na manhã desta quinta-feira, para pedir a extensão de prazo de 90 dias para a implantação dos dos Simuladores de Direção Veicular. Para o representante do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Amazonas do Estado de Amazonas (SINDCFC-AM), César Bastos, o prazo ajudaria as 74 autoescolas do Estado a oferecerem o serviço.
A partir deste ano é obrigatório o uso do simulador de direção veicular nas autoescolas para quem vai tirar carteira de motorista e dirigir carros de passeio, na Categoria B. Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada em julho do ano passado, deu prazo até o dia 31 de dezembro de 2015 para que a exigência fosse implantada. Os motoristas que vão adicionar à habilitação a Categoria B também devem ter aulas no simulador.
A manifestação começou às 9h, no Centro de Treinamento do Detran-AM, no bairro Santa Etelvina. Em carreata, eles seguiram para a sede do Governo, na Compensa. Nas proximidades, apenas uma faixa estava funcionando. Agentes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus (Manaustrans) orientavam os motoristas.
“A demanda é muito alta, é preciso que haja esse prazo, até para a fabricante desse simulador. Sabemos que é obrigatório, não podemos mudar, mas precisamos de um prazo. Não queremos que os alunos fiquem prejudicados, afirmou César.
Com a obrigatoriedade do uso de simuladores de direção veicular pelas autoescolas, a partir de 1º de janeiro de 2016, o preço da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), na categoria B, deve variar de R$ 1.760 a R$ 1.820, no Amazonas, segundo SINDCFC-AM.
“Hoje, só 12 escolas possuem os simuladores. E 4 mil pessoas estão com seus processos estagnados, faltando apenas as horas do simulador”, disse César.
Em janeiro deste ano, o Sindicato dos Centros de Formação entregou um oficio ao Detran-AM solicitando a extensão de prazo. “Nós estamos trabalhando de forma organizada, todos podem acompanhar a nossa luta. Nós não recebemos os simuladores e os fabricantes não tem como entregar”, afirmou José Oliveira, proprietário de autoescola.
Fernando Martins é proprietário da auto escola Gisele na Alvorada e disse que houve dimunição de até 60% na procura pelos processos de legislação. “Não podemos vender um produto que não temos. Não queremos aumentar o valor do processo, queremos oferecer dentro da lei. A internet daqui também é muito fraca, não sei se vamos conseguir fazer tudo isso, mas vamos tentar”.
Reunião com o governo
De acordo com o representante do sindicato, Cesar Bastos, durante a reunião foram discutidos, com o presidente do Detran-AM Leonel Feitoza, a possibilidade do desbloqueio dos processos por falta de aulas no simulador e sobre a possibilidade de extensão do prazo.
“Ainda não temos resposta sobre a questão no prazo, mas nesta tarde teremos outra reunião com o Detran para tentar falar com o Departamento Nacional de Trânsito sobre o bloqueio do Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach)”, afirmou acrescentando que, em Manaus, 4 a 6 mil devem estar bloqueados
Fiscalização
Detran-AM e representantes da Secretaria Municipal de Finanças (Semef) realizam nesta manhã uma fiscalização nas autoescolas. Segundo a assessoria do órgão de trânsito, são verificados os alváras e os autos de vistoria do Corpo de Bombeiros. Todas as escolas visitadas (Ideal, Patty, Karine e Nobre), até às 11h30, foram notificadas.