Ibope admite que errou na pesquisa para o primeiro turno em Manaus e promete “olhar mais crítico” no segundo turno

15/10/12 – Problemas na captação de votos dos indecisos. Essa foi a justificativa apresentada pela diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari para o erro nas pesquisas e na boca de urna em Manaus (AM), assim como nas capitais Salvador (BA) e Curitiba (PR).

Em entrevista ao Congresso em Foco, a diretora do instituto reconheceu  erro na amostragem de eleitores nas capitais baiana e amazonense e promete olhar mais crítico nessas duas cidades no segundo turno, mas nega que os casos que ficaram fora da margem de erro, como ocorreu em outras oito capitais, possam ser classificados também como erros. “Algumas vão ficar fora da margem de erro. Não tem jeito”, afirma a executiva. “Conseguimos prever 95% dos votos corretos do primeiro turno, entre os dias 5, 6 e 7. É o mesmo índice de 2008. Não houve diferença na performance”, acrescenta.

Levantamento feito pelo Congresso em Foco mostrou que , das onze capitais que foram pesquisadas, houve erro na pesquisa de boca de urna em oito, considerada a margem de erro.

Na capital amazonense, embora o instituto tenha indicado os dois candidatos que avançariam para o segundo turno, superestimou a votação atribuída à candidata Vanessa Grazziotin (PCdoB). “Em Manaus, a hipótese é a questão de a abstenção ter uma clivagem diferenciada, que acabou superestimando a Vanessa Grazziotin (PCdoB). Essa diferença foi pulverizada entre os demais candidatos. Foi um pouquinho para cada um. Como eram vários candidatos, ficou concentrado nela”, disse Márcia Cavallari ao Congresso em Foco.

Na pesquisa divulgada pelo Ibope no último dia 20 de setembro, o tucano Artur Neto (PSDB) e a candidata do PCdoB apareceram empatados com 29% das intenções de votos. Vanessa tinha subido dez pontos.Pelo levantamento do instituto divulgado ainda no mês passado, Vanessa teria 43% dos votos, enquanto Artur ficaria com 39%.

Indagada por que, mesmo na boca de urna, nem sempre a pesquisa confere com o resultado, Márcia Cavallari explicou que existem, pelo menos, três razões. A primeira seria o sorteio das amostras de escolas não ser tão representativo.

Em uma segunda hipótese, o risco do instituto de pesquisa não conseguir entrevistar ou haver recusas de entrevista de um perfil de eleitor de determinado candidato. A terceira possibilidade é a própria abstenção. “Em Manaus, por exemplo, a gente via clivagem social entre os dois candidatos. O Artur Virgílio Neto com candidatos mais escolarizados e de maior renda. A gente nunca tem perfil da abstenção. Se há abstenção que não se distribui de maneira igual, pode haver diferença”, justificou.

A partir do resultado deste ano, a diretora-executiva afirmou que o instituto terá mais cuidado nas aferições realizadas em Manaus.