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Havia braços e pernas entulhados, relata juiz Luís Carlos Valois

Em 20 anos de vara de execução penal, eu nunca vi algo parecido. Foi uma cena dantesca, de braços e pernas entulhados em contêiner, com corpos esquartejados, sem cabeça, cabeça jogada para um canto, coisa que eu nunca vi na minha vida. Eu sinceramente estou chocado. Ainda não me recuperei totalmente do que eu vi naquela penitenciária”, disse o juiz da Vara de Execuções Penais do Amazonas, Luís Carlos Valois, após visitar o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durante a rebelião que deixou 56 presos em Manaus.

Luís Carlos Valois foi ao presídio a pedido da Secretaria de Segurança Pública, na noite de domingo (1º), a fim de ajudar nas negociações para a libertação dos reféns.

A rebelião só terminou mais de 17 horas depois, na segunda-feira (2). Funcionários do sistema penitenciário foram feitos reféns.

“A nossa preocupação era tirar os funcionários que estavam correndo risco de morte. Os presos que tinham morrido, que morreram na rebelião, a desgraça já tinha acontecido”, disse o juiz.

No presídio, lembrou o juiz, há câmeras de segurança que devem ajudar a identificar os suspeitos de comandar o motim. “Se a polícia quiser identificar cada um dos criminosos que cometeram aquela barbaridade, ou pelo menos que estavam comandando aquilo lá, é muito fácil, porque havia uma câmera 24 horas ligada”, afirmou o juiz. “Não precisa saber quem enfiou a faca, quem cortou a cabeça, precisa saber quem estava comandando aquilo.”

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