Ministro da Fazenda fará divulgação pública das novas regras ainda nesta quinta (30). Reunião com senadores ocorre após aval de Lula ao texto.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai ao Senado para apresentar nova regra fiscal — Foto: TV Globo/Reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi ao Senado nesta quinta-feira (30) para apresentar a proposta de nova regra fiscal ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e aos líderes partidários.
O novo conjunto de regras fiscais deve substituir a medida conhecida como teto de gastos, em vigor desde 2017, e que limita a maior parte das despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) à inflação do ano anterior.
A reunião sobre o chamado novo arcabouço fiscal ocorre um dia após o presidente Lula ter dado aval ao texto, que deverá ser divulgado publicamente ainda nesta quinta.
Na chegada ao Senado, Haddad disse que a reunião era uma “deferência”, acrescentando que o objetivo é elaborar uma proposta conjunta dos dois poderes. Para o ministro, os líderes partidários têm mostrado “receptividade muito boa”.
“Um dia importante, prestando contas aqui, uma deferência às duas Casas. Ontem, estivemos com o presidente da Câmara e as lideranças, faremos o mesmo hoje com o presidente do Senado”, declarou.
Questionado sobre quando o governo deve apresentar a proposta para tramitação no Congresso, Haddad respondeu: “Na semana que vem, capaz de ir.”
Haddad disse ainda ser natural que haja dúvidas sobre as regras, mas que é preciso ter “zelo” para que todos possam entender o novo arcabouço.
“A recomendação que eu faço é que as pessoas aguardem o desdobramento do dia para que conheçam os detalhes da proposta, que é moderna e está em linha com o que vem melhor sendo praticado no mundo em desenvolvimento e no mundo desenvolvido”, afirmou.
“Penso que vai dar ao país uma trajetória de desenvolvimento sustentável tanto do ponto de vista fiscal quanto do ponto de vista social”, completou o ministro da Fazenda.
Nova regra
Durante a campanha eleitoral do ano passado, o então candidato Lula fez diversas críticas ao teto de gastos, afirmando que, na prática, com o passar dos anos, a medida impôs restrições a investimentos em áreas como saúde, educação e segurança.
Para entrar em vigor, o novo conjunto de regras fiscais deverá ser analisado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, uma vez que o teto de gastos está em vigor justamente por ter sido aprovado pelo Congresso Nacional.
Objetivos da nova regra fiscal:
- zerar o déficit público primário da União no próximo ano;
- superávit primário de 0,5% do PIB em 2025;
- superávit primário de 1% do PIB em 2026;
- dívida pública da União estabilizada em 2026
Redução dos juros
Haddad apresenta ao presidente da Câmara e a deputados líderes de partidos a nova regra fiscal
Na última terça (28), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, participou de um evento com prefeitos e afirmou que a nova regra fiscal garantirá estabilidade econômica para o país e permitirá a redução dos juros.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa de juros em 13,75% ao ano, o que tem gerado críticas por parte do presidente Lula e de integrantes do governo, que avaliam que o atual patamar prejudica o desempenho da economia.
Nesta semana, o Copom divulgou a ata da reunião. Conforme o documento, o comitê entendeu que, se o novo arcabouço fiscal for “sólido” e “crível”, a taxa de juros poderá ser reduzida.
“O ministro Haddad vai anunciar um arcabouço fiscal equilibrado, que vai garantir a estabilidade e um cenário mais favorável para que os juros possam baixar”, declarou Tebet na ocasião.
Fonte: G1