Renato manteve seu ritual carioca e foi para praia no fim da manhã para jogar futevôlei. O último como desempregado. Direto das areias de Ipanema, vestiu chinelo, bermudas e boné e foi a um restaurante encontrar seu empresário, Gauchinho, o vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel.

Não demorou muito até o acordo de valores e aperto de mão. Depois foi só aguardar a confecção do contrato para a assinatura e anúncio oficial. Renato realiza o sonho e agora tem vínculo até o fim deste ano, com renovação automática caso Rodolfo Landim seja reeleito presidente.

Renato inicia sua trajetória como técnico do Flamengo na partida contra o Defensa y Justicia, quarta-feira, na Argentina, pelas oitavas de final da Libertadores. Mas a história com o clube e a relação de amor e ódio com a torcida já é grande.

Renato surgiu no Grêmio e logo fez sucesso com o título mundial em 83. Desde cedo mostrou o lado irreverente e provocador. A primeira das quatro passagens pelo Flamengo foi em 87, quando foi um dos protagonistas na conquista da Copa União. O gol na semifinal contra o Atlético-MG ficou marcado na história do clube. Depois, foi para a Roma, da Itália.

Em 1990, já de volta da passagem pela Europa, foi campeão da Copa do Brasil. Em 1991, passou a ser rival quando defendeu o Botafogo. No ano seguinte, enfrentou o Flamengo na final do Brasileiro, vencido pelo time rubro-negro. Após a derrota por 3 a 0 no primeiro jogo da decisão, Renato pagou uma aposta ao amigo Gaúcho, centroavante do Flamengo, e lhe serviu um churrasco. Deu polêmica.

Depois da saída conturbada do Botafogo, Renato foi para Minas defender o Cruzeiro. Em 1993, iniciou sua terceira passagem pelo Flamengo e ficou apenas um ano. Depois foi para o Atlético-MG antes de chegar ao Fluminense, em 1995, em um capítulo à parte na história do atacante com o Flamengo.

No ano do centenário rubro-negro, o então tricolor fez o gol de barriga no Fla-Flu na decisão do Carioca. Foi um dos momentos que muitos torcedores do Flamengo não esquecem. E não perdoam.

Renato ainda teria sua última passagem pelo Flamengo, entre 97 e 98, já no fim de carreira, logo antes de mudar de função e virar técnico. Foram, ao todo, 211 jogos disputados e 68 gols marcados.

Entre tapas e beijos, Renato nunca esqueceu o Flamengo. E a recíproca é verdadeira. Sempre presente no Jogo das Estrelas organizado por Zico, o atacante normalmente era o mais vaiado pelos rubro-negros.

Como técnico, Renato cruzou o caminho rubro-negro várias vezes e sempre “tirou uma casquinha” nas polêmicas. Perdeu a final da Copa do Brasil de 2006, quando dirigia o Vasco, e empurrou o atacante Valdir Papel. Mais recentemente, em 2019, trocou farpas com Jorge Jesus. Na vitória do Flamengo por 5 a 0 sobre o Grêmio, na semifinal da Libertadores, os torcedores rubro-negros caíram na pele de Renato.

Agora, Renato Gaúcho tem a missão de fazer o Flamengo reencontrar o caminha das vitórias, dos títulos e reconquistar o carinho do torcida.

(Com informações do ge).