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EUA atacam Síria em retaliação a ataque com arma química no país

O governo americano lançou 59 mísseis sobre a Síria na noite desta quinta-feira (6) em retaliação ao ataque químico que matou pelo menos 80 pessoas, muitas delas crianças, na última terça (4) em uma cidade dominada por rebeldes opositores ao regime do ditador Bashar al-Assad.

O bombardeio foi ordenado pelo presidente Donald Trump da Flórida, onde ele se reunia com o presidente chinês Xi Jinping.

A agência estatal síria Sana informou que nove civis morreram, incluindo quatro crianças. Outras sete pessoas ficaram feridas, segundo o comunicado.

“Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos”, declarou Trump. “Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro. Nenhum filho de Deus deveria jamais sofrer horror tão terrível.”

Ele afirmou ainda que é “interesse vital da segurança nacional dos EUA” evitar e deter a propagação e o uso de armas químicas.”

Segundo o Pentágono, 59 mísseis Tomahawk foram lançados de dois navios de guerra americanos no mar Mediterrâneo e atingiram a base aérea de Al Shayrat, em Homs, destruindo caças sírios, munição, radares e outros equipamentos militares. A ação durou entre três e quatro minutos.

A Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, condenou o ataque e disse que ele foi baseado em “pretextos inventados”. O Irã também condenou a ação.

Foi dessa base, segundo Trump, que partiu o ataque químico de terça-feira (4).

O comunicado emitido pelo porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, diz que o ataque “reduziu a habilidade do governo sírio de usar armas químicas”. “O uso de armas químicas contra inocentes não será tolerado”, diz Davis.

Nenhum avião ou material militar da Rússia -que apoia o regime de Bashar al-Assad- foi atingido, de acordo com ele. Moscou teria sido avisada antes que o ataque tivesse início, por volta das 21h40 (hora de Brasília), 4h40 de sexta na Síria, segundo o Pentágono. O secretário de Estado, Rex Tillerson, no entanto, disse que não houve contato.

“Com tantos Tomahawks voando, não queríamos atingir nenhuma aeronave russa”, disse um funcionário da Defesa ao “New York Times”, sob anonimato. Segundo Tillerson, a Rússia fracassou ao não evitar ataques químicos.

A base aérea bombardeada nesta quinta era usada pelo regime sírio para estocar armas químicas até 2013, quando um acordo foi alcançado por Rússia e EUA para que o governo se desfizesse de seu arsenal declarado. Davis disse não poder confirmar se ainda havia agentes químicos no local, mas afirmou que o ataque foi calculado “com cuidado” para não atingir esse tipo de arma.

Na Flórida, o conselheiro de segurança nacional, H.R. McMaster afirmou que a equipe de Trump tinha apresentado a ele três opções de retaliação. O presidente então teria pedido que seus assessores estudassem melhor duas delas e tomou a decisão na quinta.

Tillerson aproveitou o momento para exaltar a capacidade de Trump de “tomar ações decisivas para responder a atos hediondos”.

A recente escalada no tom do governo Trump contra o ditador, porém, é uma mudança em relação à posição que o republicano vinha mantendo desde a campanha. Até o início desta semana, o discurso oficial dele e de e sua equipe era de que a saída de Assad não era uma prioridade, mas sim derrotar o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

Mais cedo, embora analistas considerem as motivações de Assad um enigma, o secretário de Estado Rex Tillerson havia dito não haver dúvida de que o regime do ditador Bashar al-Assad era responsável pelo ataque químico, e que era preciso uma resposta séria ao massacre.

“Com as ações tomadas por ele [Assad], parece não haver espaço para que ele governe o povo sírio”, disse

 

 

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