O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou à carga nas críticas contra a Zona Franca de Manaus. Como vem fazendo desde o início do governo do Presidente Jair Bolsonaro, Guedes tem se revelado inimigo do Modelo Zona Franca, por causa dos incentivos fiscais, que permitem sua existência e manutenção.
Nessa quinta-feira (5/9), falando sobre a reforma tributária para empresários e políticos na palestra “A Nova Economia do Brasil – O impacto para a Região Nordeste”, em Fortaleza (CE), o ministro voltou a atacar a Zona Franca.
Para Guedes, o modelo “é ruim” e custa bilhões em renúncia aos cofres da União e, por ser afastada dos grandes centros produtivos, também “atrapalha”, ao se referir ao projeto de desenvolvimento regional.
A matéria do Estadão destaca que a ZFM é baseada em incentivos fiscais e que são esses os atrativos que trouxeram mais de 500 empresas para Manaus, formando um dos maiores polos de produção nos segmentos de eletroeletrônica e duas rodas do País, com a geração de renda e emprego para o Estado, também responsável pela maior arrecadação federal do Norte.
Em abril, em entrevista ao Globo News, o ministro já havia dito que “a Zona Franca de Manaus fica do jeito que ela é, ninguém nunca vai mexer com ela” e completou que o governo federal não vai “ferrar ou desarrumar o Brasil para manter vantagens para Manaus”.
Os ataques de Guedes despertaram a atenção das lideranças políticas do Amazonas. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), afirmou esperar que Guedes reconheça o “peso” do Polo Industrial de Manaus, como faz a Organização Mundial do Comércio (OMC) na manutenção da floresta em pé; o deputado federal Alberto Neto (PRB) disse em suas redes sociais que estaria “decepcionado” com Guedes; o senador Eduardo Braga (MDB) disse que o ministro desconhece as vantagens comparativas da ZFM e desafiou Guedes para um debate aberto sobre o modelo; o senador Omar Aziz (PSD) convidou o ministro para uma reunião com a bancada do Amazonas para que ele esclarecesse a situação.
Em abril, Guedes se reuniu com a bancada amazonense e afirmou que eventuais mudanças na tributação do País irá manter as vantagens comparativas da ZFM.
Dias após a reunião com a bancada, Guedes afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de validar um incentivo tributário para a compra de insumos da Zona Franca de Manaus “não contribui para resolver o problema fiscal brasileiro”.
As lideranças empresariais do Amazonas esperam novas explicações de Paulo Guedes.
