Levantamento do Espião Estatístico mostra fragilidade rubro-negra na bola parada e também em jogadas aéreas. Média de gols sofridos é de 1,3 por partida
O empate em 1 a 1 com o Fluminense no jogo de ida da final do Campeonato Carioca voltou a expor um problema crônico do Flamengo na temporada 2021. Desde que o time principal iniciou sua campanha, foram 13 partidas e 18 gols sofridos – 10 deles em jogadas aéreas, o que corresponde a 55,5% do total.
Os números levantados pelo Espião Estatístico do ge possibilitam um olhar mais profundo sobre os problemas. A média de 1,3 gol sofrido por jogo é preocupante, mas a especificidade como o Flamengo é vazado também precisa ser levada em conta. Dos 18 gols sofridos, nove foram em bolas paradas – sete escanteios e dois pênaltis.
Como comparação, outra reclamação recorrente entre torcedores, de que o Flamengo está exposto demais na defesa, não encontra respaldo nos números: o time sofreu apenas três gols através de contra-ataques ou desarmes no campo de defesa.
Rogério Ceni, técnico do Flamengo — Foto: André Durão
A preocupação com as bolas paradas defensivas do Flamengo não vem de hoje. Na estreia na Libertadores, após vitória por 3 a 2 sobre o Vélez, o técnico Rogério Ceni já falava sobre o tema.
– Normalmente a defesa erra pelo sistema. Com exceção das bolas paradas, logicamente. Você pode nomear jogadores e funções, é o único momento em que a bola está no local. Falhamos realmente na bola parada – disse na época o treinador.
O mapa dos gols sofridos pelo Flamengo em 2021
Jogos | 13 |
Gols sofridos | 18 (média de 1,3 por jogo) |
Gols sofridos em bolas paradas | 9 (7 em escanteios e 2 em pênaltis) |
Gols sofridos em jogadas aéreas | 10 |
Gols sofridos em contra-ataques ou desarmes no campo de defesa | 3 |
Jogos sem sofrer gols | 2 |
Contra o Fluminense, o gol sofrido foi oriundo de um escanteio. Após rebote, Egídio cruzou para Luiz Henrique ajeitar, e Abel Hernández completou. A bola parada tricolor era um dos pontos de atenção de Ceni, que lamentou o fato de a arbitragem ter marcado faltas que possibilitaram ao rival jogar a bola na área rubro-negra.
– Para jogar 90 minutos dominando o jogo… Se entra a primeira, a segunda, com mais facilidade poderia fazer gols. Quando não entra, começa a ter cruzamento na área, um juiz que picota o jogo todo. O cara estragou o jogo. Ele dava falta a cada cinco, 10 metros. Deve ter sido o recorde de faltas. Você possibilita o que o adversário quer, que é jogar a bola na área. Você quer o jogo correndo, ele mata o jogo. Não dá ritmo, nem acréscimo. Arbitragem desastrosa que favorece o que o adversário tem de melhor, que são as bolas lançadas na área – lamentou o treinador.
Até o momento, o Flamengo só não sofreu gols em duas partidas na temporada: vitórias por 3 a 0 sobre Bangu e Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca.
O próximo desafio do Flamengo na temporada é contra a LDU, na quarta-feira, pela Libertadores, no Maracanã. Líder do Grupo G, a equipe precisa apenas de um empate para garantir a classificação para as oitavas de final do torneio.