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De reserva a santo: veja como foi o processo de canonização do ídolo Marcos no Palmeiras de 1999

Por Felipe Zito — São Paulo

Em 1999, Marcos vai de reserva a melhor jogador da Libertadores no título do Palmeiras
Em 1999, Marcos vai de reserva a melhor jogador da Libertadores no título do Palmeiras

Marcos foi inscrito pelo Palmeiras na Libertadores de 1999 com a camisa 12, quando o número ainda era uma indicação para goleiro reserva. Mas foi naquela competição que tudo mudou para o jogador, para a simbologia da numeração e para o clube durante a vitoriosa campanha, consagrada com uma emocionante vitória nos pênaltis sobre o colombiano Deportivo Cali na final.

A Globo reprisa Palmeiras x Deportivo Cali neste domingo, às 16h, para os estados de SP, MT, MS, SE, SC e PA. O GloboEsporte.com também mostra a partida, com sinal liberado para todo o Brasil. Veja aqui toda a campanha do Verdão em vídeos.

Velloso era o titular do Verdão à época. Disputou quatro jogos da fase de grupos antes de se machucar e abrir espaço para Marcos se tornar “santo”. O camisa 12 venceu a disputa com Sérgio e foi escolhido por Felipão para ser o goleiro no restante do torneio. Deu certo!

A estreia foi com derrota para o Corinthians, ainda na fase de grupos, mas o rival alvinegro está longe de trazer más recordações ao atleta na Libertadores. Muito pelo contrário.

Marcos, do Palmeiras, comemora vitória contra o Corinthians na Libertadores de 1999 — Foto: Marcos Mendes / Estadão Conteúdo

Marcos, do Palmeiras, comemora vitória contra o Corinthians na Libertadores de 1999 — Foto: Marcos Mendes / Estadão Conteúdo

Depois de eliminar o Vasco nas oitavas de final, o Verdão enfrentou novamente o Corinthians, agora valendo uma vaga na semifinal. Com atuação perfeita na vitória palmeirense por 2 a 0 no jogo de ida, o goleiro começou a ser chamado de São Marcos.

– Era um apelido que me incomodava muito no começo. Até porque muitos torcedores começaram a achar que eu tinha de resolver em todos os jogos. Já fui cobrado até por ter tomado um gol de pênalti. Isso jogava uma carga nas minhas costas muito grande – falou Marcos, em 2014.

– O Carlos Pracidelli (preparador de goleiros) falava muito para eu esquecer tudo e fazer meu jogo porque eu queria entrar em campo fazendo tudo, ser zagueiro, jogar na sobra… Tudo por causa da responsabilidade que o pessoal colocou em mim – completou o ex-goleiro.

No jogo de volta, a derrota por 2 a 0 levou a decisão da vaga para os pênaltis. E Marcos brilhou ao defender a cobrança de Vampeta e ainda ver Dinei acertar o travessão. Verdão classificado!

Relembre os Dérbis da Libertadores de 1999:

Em 1999, Palmeiras vence Corinthians por 2 a 0 pela Libertadores
 Em 1999, Palmeiras vence Corinthians por 2 a 0 pela Libertadores
Palmeiras vence nos pênaltis e elimina o Corinthians da Libertadores

Palmeiras vence nos pênaltis e elimina o Corinthians da Libertadores

Na semifinal, o Palmeiras voltou da Argentina com uma derrota por 1 a 0 para o River Plate, no primeiro jogo. O resultado teve mais uma vez participação direta de Marcos, responsável por ótimas defesas.

– Eu fui muito bem contra o River lá na Argentina, contra o Corinthians por ter classificado nos pênaltis, mas o mais especial foi a final. Tive bastante trabalho no primeiro jogo contra o Deportivo Cali. Mas na hora em que o pênalti do Zapata foi para fora, se não tivesse fosso eu ia mergulhar no meio da torcida – contou Marcos.

Em 1999, River Plate vence Palmeiras por 1 a 0 pela Taça Libertadores
Em 1999, River Plate vence Palmeiras por 1 a 0 pela Taça Libertadores

As finais contra o Deportivo Cali foram marcadas por emoção e boas defesas de Marcos, principalmente no jogo disputado na Colômbia. No segundo jogo, no antigo estádio Palestra Italia, ele foi decisivo ao evitar que Bonilla abrisse o placar no primeiro tempo.

Nas cobranças de pênaltis, o ídolo palmeirense contou com a sorte e não precisou fazer nenhuma defesa para o Palmeiras confirmar o título: Bedoya acertou a trave, e Zapata chutou para fora. Eleito o melhor da Libertadores de 1999, Marcos sempre dividiu os méritos com os companheiros

– O time era muito bom. O goleiro é muito dependente da equipe. Se você estiver jogando em um time ruim, não vai ganhar mesmo. Numa equipe boa a condição é grande, e o nosso time da Libertadores me deu essa condição. Eu entrei e não era uma estrela, era coadjuvante. Só fiz a minha parte e só ganhamos porque o time era forte – recordou.

Marcos, do Palmeiras, na final da Libertadores de 1999 — Foto: Robson Fernandes / Estadão Conteúdo

Marcos, do Palmeiras, na final da Libertadores de 1999 — Foto: Robson Fernandes / Estadão Conteúdo

Em 1999, Palmeiras vence o Deportivo Cali nos pênaltis e é campeão da Libertadores
Em 1999, Palmeiras vence o Deportivo Cali nos pênaltis e é campeão da Libertadores

Em 2019, em comemoração aos 20 anos da conquista da Libertadores de 1999, o Palmeiras organizou uma homenagem aos campeões. A camisa utilizada por Marcos, e eternizada na comemoração do título, teve um modelo semelhante relançado pela Puma no ano passado.

Marcos com o prêmio de melho jogador da Libertadores de 1999 — Foto: Heitor Hui / Estadão Conteúdo

Marcos com o prêmio de melho jogador da Libertadores de 1999 — Foto: Heitor Hui / Estadão Conteúdo

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