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Corinthians vence mostrando força, energia e futebol de um time que pode crescer e amadurecer

À beira do campo estava o auxiliar Filipe Almeida, mas o que foi visto na Neo Química Arena em boa parte do jogo foi o Corinthians de Vítor Pereira em sua essência. E, enfim, vencendo um jogo grande na temporada, contra o todo poderoso Boca Juniors, mesmo que, hoje, não haja ali tanto poder assim…

A vitória por 2 a 0 foi indiscutível. E necessária. Depois de uma semana de projetos fracassados, com a não-vitória contra a Portuguesa-RJ na Copa do Brasil e a dolorosa derrota no Dérbi para o Palmeiras pelo Brasileirão, o Timão tinha de concluir a sequência de jogos com os três pontos somados.

Mas conseguiu mais do que isso. Foi, enfim, a primeira atuação marcante do Timão na Libertadores. O time já havia jogado bem contra o Deportivo Cali, também em casa, mas venceu de um jeito estranho, com um gol contra achado. Agora não. Foi uma vitória construída e conquistada com merecimento.

A escalação surpreendeu muita gente. Adson, aberto pela direita, foi a grande novidade. Nomes como Paulinho e Róger Guedes ficaram no banco, entrando apenas na segunda etapa.

Jogadores do Corinthians após o jogo contra o Boca — Foto: Marcos Ribolli

Jogadores do Corinthians após o jogo contra o Boca — Foto: Marcos Ribolli

Diante de um Boca pouco criativo, o Corinthians se apresentou intenso desde os primeiros minutos e conseguiu um gol cedo: Fagner cruzou, e Maycon marcou de cabeça, como um elemento surpresa. O Timão seguiu assim até os 20 minutos, pressionando e brigando por cada bola no gramado.

Aos poucos, foi diminuindo o ritmo, até adotar uma estratégia perigosa: colou a linha lá atrás e esperou o Boca, apostando em contra-ataques. O segundo gol poderia ter saído em chute de Renato Augusto ou em escapada de Adson, mas o roteiro não foi deste jeito. Com riscos, o Timão foi dando a bola aos argentinos, que acabaram o primeiro tempo com 50% de posse. Tudo igual, mas sem finalizações.

O apito que marcou a chegada do intervalo foi fundamental para o Corinthians, que mostrou traços de infantilidade ou falta de maturidade em alguns momentos num duelo contra um time de catimba. Os cartões de Fagner, Raul e João Victor (este no segundo tempo) foram por força exagerada ou destempero. Du Queiroz levou por matar contra-ataque e Renato Augusto por solar, sem querer, um rival.

O Timão, que jogou melhor, correu riscos por várias vezes de ficar com dez homens. Daí a necessidade de amadurecer como equipe. Era preciso que os líderes tivessem influência positiva nos mais jovens. Como fez Maycon quando João Victor encarou Benedetto na segunda etapa. Sem necessidade.

Na etapa final, o Timão voltou sem Jô e Adson, que haviam feito boa primeira etapa, apostando em Mantuan pela direita e Róger Guedes como atacante de referência. Até o Timão conseguir o segundo gol, porém, foi o Boca quem mais ficou com a bola e tentou jogar, mas sem conseguir penetração.

Paulinho entrou na vaga de Renato Augusto, que não fez jogo incrível, e depois ainda saíram do banco Cantillo e Gustavo Mosquito (já no fim). O gol da vitória, que definiu a alegria em Itaquera, saiu de um contra-ataque que Willian puxou para o meio, Guedes abriu na esquerda, recebeu, exigiu defesa do goleiro, e a bola sobrou para Maycon: segundo gol do meio-campista em seu retorno ao clube.

Maycon festeja gol do Corinthians contra o Boca — Foto: Marcos Ribolli

Maycon festeja gol do Corinthians contra o Boca — Foto: Marcos Ribolli

O Timão agora encara o Fortaleza, provavelmente com muitas mudanças, e depois faz mais um jogo nesta perna de Libertadores diante do Deportivo Cali, na Colômbia, na quarta-feira da próxima semana. Se antes patinava na tabela e no imaginário do torcedor, agora o Timão ganha motivação.

Há um time nascendo em Itaquera. E vencer o Boca Juniors, independentemente do nível do gigante de camisa azul e amarela, é algo que tende a aumentar a confiança e consolidar padrões e pensamentos.

“O Corinthians precisava disso”, exalta Careca Bertaglia | A Voz da Torcida

(Com informações do ge).

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