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Cientistas acham tipo de gonorreia resistente a todos os antibióticos

As cepas de uma “superbactéria” de gonorreia foram responsáveis por quase um em cada dez casos da doença sexualmente transmissível em 2010, mais do que o dobro da taxa do ano anterior, disseram autoridades sanitárias na segunda-feira (11).


  • As cepas resistentes a drogas também estão se espalhando pelo continente, advertiram as autoridades. Elas foram encontradas em 17 países europeus em 2010, sete a mais do que no ano anterior.

A gonorreia foi a segunda doença sexualmente transmissível (DST) mais comum na Europa em 2010, com mais de 32 mil infecções, indicaram dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), com sede em Estocolmo.

Embora a clamídia seja a DST mais registrada, com mais de 345 mil casos, o diretor do ECDC ressaltou que a gonorreia apresenta uma “situação crítica”.

Marc Sprenger afirmou que o aumento dos casos de cepas de superbactérias indica que há o risco de a gonorreia se tornar uma doença sem tratamento no futuro próximo.

A proporção de casos de gonorreia com resistência ao antibiótico recomendado para tratar a doença, a cefixima, subiu de 4% em 2009 para 9% em 2010.

O relatório do ECDC segue-se à advertência da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que as formas intratáveis da gonorreia resistente a drogas estão se disseminando pelo mundo.

A gonorreia é uma infecção bacteriana que, se deixada sem tratamento, pode provocar doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica, morte fetal, infecções oculares graves em bebês e infertilidade em homens e mulheres.

Ela é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo e é mais prevalente no sul e sudeste asiático e na Ásia Subsaariana.

Apenas nos Estados Unidos estima-se que o número de casos por ano seja de cerca de 700 mil, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O surgimento da gonorreia resistente a drogas é causado pelo acesso não regulamentado e pelo uso excessivo de antibióticos, que ajuda a alimentar mutações genéticas da bactéria.

“Especialistas em saúde pública e médicos devem estar cientes da situação crítica atual e ficar vigilantes para fracassos do tratamento”, disse Sprenger em um comunicado.

Os especialistas afirmam que a melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver uma resistência ainda maior – além da necessidade urgente de desenvolver drogas novas – é diagnosticar a doença de forma precisa e rápida e tratá-la com combinações de dois ou mais tipos de antibióticos ao mesmo tempo.

3 Comentários para “Cientistas acham tipo de gonorreia resistente a todos os antibióticos”

  1. Amariodo Cruz disse:

    Ronaldo aqui em Manaus na Fundação Alfredo da Matta trabalha uma das maiores autoridades em N. gonorroeae do Brasil que inclusive está concluindo doutorado estudando essa bactéria há pelo menos 20anos.
    Há aproximadamente 10 anos foi feito um mapeamento de cepas resistentes desse microorganismo e no Brasil, o Amazonas deu a maior contribuição para o estudo chefiado por esse pesquisador.
    Esse futuro doutor já descobriu durante suas analises alguns clones inéditos de neisseria que estão inscritos no banco mundial da OMS.
    Acho interessante ouvi-lo já que este artigo tem tudo a ver com a tese e os recentes artigos publicados em revistas internacionais pelo pesquisador. Infelizmente nao estou no Brasil para contatar com vc e nem autorizado pelo oesquisador para citar seu nome, mas ligue
    para a Fuam e fale om o próprio futuro doutor no laboratório de Bacteriologia. Abraços

    Resposta: como é nome do especialista?? Tens contato dele?

  2. Anoar Samad disse:

    Infelizmente vemos ainda jovens, de todos os níveis sociais, se contaminando com esta doença. Uma evidencia clara que ainda falta muito em matéria de conscientização para o uso do preservativo.

  3. Amariodo Cruz disse:

    Ligue para Fundação Alfredo da Matta -Laboratório de Bacteriologia o doutor em causa chefia esse departamento de pesquisa.

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