Ficar ajoelhada na entrada do estádio é uma prova do amor que a empresária natural de Taubaté, interior de São Paulo, sente pelo Palmeiras. Mas não a única. O cabelo dela, por exemplo, é verde desde 2012 por causa de uma promessa na final da Copa do Brasil. Quer outra? O filho de Luara foi batizado com o nome de Fernando Prass, ex-goleiro do Verdão.

O histórico dela ainda tem uma mudança para São Paulo só para abrir uma loja de produtos do Palmeiras perto do Allianz Parque. Há também uma promessa em que ficou seis meses sem comer doces após um título do Verdão. Diante de tudo isso, não será surpresa ver Luara ajoelhada na entrada do Maracanã.

– Já estou com a minha passagem para o Rio. Quero ficar na porta do Maracanã ajoelhada. Não dá para ficar em São Paulo, vai ser pior, eu iria pirar ficar longe (risos). Sábado estarei lá no Maracanã. Vou com uma amiga minha, que também queria ir. Vou ficar o jogo inteiro ajoelhada – disse a torcedora.

Durante a partida, dependendo de como estiver a situação do Palmeiras, Luara Guedes não descarta fazer uma nova promessa caso sinta que é necessário. Mas, antes do jogo, ela demonstra confiança na conquista do caneco pelo Alviverde.

– Gostei muito de ser o Santos na final. Não sou confiante contra time argentino, tenho receio que tenha interferência da arbitragem. Preferi mil vezes que o Santos passasse. Assim, quem ganhar vai ser na bola. O Palmeiras tem mais time que o Santos. O Santos teve méritos, mas acho que o Palmeiras é mais favorito, tecnicamente falando. Numa final, tudo pode acontecer. Espero que a lógica se cumpra – comentou.

Curiosamente, foi em uma final de Libertadores que Luara viu despertar a paixão pelo Palmeiras. Era 1999, e ela, então com dez anos, chorou ao ver o Alviverde conquistar o título. Mesmo em uma família só de corintianos e são-paulinos, sentiu naquele momento o amor pelo Palmeiras e não deixou mais de torcer pela equipe.

Em 2012, ela foi a Curitiba para assistir ao segundo jogo da final da Copa do Brasil entre Coritiba e Palmeiras. O Verdão havia vencido o primeiro jogo por 2 a 0, em São Paulo, e tinha vantagem no jogo de volta. O Coxa, entretanto, vencia o segundo duelo por 1 a 0. Foi então que Luara fez uma promessa.

– O Coritiba estava ganhando, fazia um frio, estava naquela angustia… Não acreditava que fui até Curitiba e não iria ver o time ser campeão. Daí a torcedora desesperada aqui falou: “Se o Palmeiras fizer um gol, vou pintar meu cabelo de verde para sempre”. Na emoção do calor, falei isso. Não deu um minuto, saiu o gol. O jogo terminou empatado e fomos campeões. Daí tive que cumprir – contou Luara, que hoje também pinta as sobrancelhas de verde.

Em 25 de junho de 2017, Luara viveu a emoção do nascimento do primeiro filho. O nome do primogênito já estava decidido por ela: Fernando Prass. Admiradora do goleiro desde o tempo em que ele atuava no Vasco, ela decidiu dar o nome do ex-arqueiro do Alviverde ao filho.

– Ele é meu ídolo. Pela minha sorte, o Palmeiras acabou contratando ele. Quando vi que meu ídolo iria jogar no meu clube, chorei horrores. Não tive dúvida do nome que daria para meu filho – disse.

O encontro entre o goleiro Prass e o filho de Luara já ocorreu em 2017, quando o pequeno tinha três meses. O encontro foi registrado por fotos e, segundo a torcedora, o arqueiro ficou feliz com a homenagem. Ela não pretende ter mais filhos. Mas, se tivesse mais um, o nome ela já sabe qual seria.

– Seria Edmundo. Meu ídolo da infância – destacou.

Quando começou a torcer pelo Palmeiras, Luara diz que falava para família que um dia iria viver do Palmeiras. Hoje, de certa forma, ela sobrevive mesmo por causa do Palmeiras.

Formada em educação física, a torcedora trabalhava em uma academia em Taubaté e começou a juntar dinheiro para abrir um negócio relacionado ao clube. Quando conseguiu a verba necessária, mudou-se para São Paulo para abrir uma loja de produtos do Palmeiras a 50 metros do Allianz Parque.

– Foi em 2016. Queria ficar mais perto do time e sempre pensei em um dia viver do clube. Frequentava os jogos do Palmeiras e via que ali, estrategicamente, seria um ponto bom para abrir a loja. Levei um ano para estruturar tudo e me mudei para realizar esse sonho. Hoje, a loja tem vários produtos do Palmeiras. Estou vivendo do Palmeiras mesmo (risos) – destacou.