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Bolsonaro reduz vantagem de Lula pela metade em quatro meses, indica Datafolha

Bolsonaro reduz vantagem de Lula pela metade em quatro meses, indica Datafolha

Datafolha divulgada nesta sexta-feira mostra redução de vantagem de Lula contra Bolsonaro, que por sua vez não conseguiu reduzir rejeição PR

A nova pesquisa Datafolha, divulgada ontem, confirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança da disputa pela Presidência, mas aponta tanto para uma tendência de redução lenta de sua distância em relação a Jair Bolsonaro (PL) quanto para uma redução das chances de o petista vencer a disputa já no primeiro turno. Com os mesmos 45% das intenções de votos do levantamento anterior, Lula agora está 11 pontos à frente de Bolsonaro, que marca 34%. O presidente oscilou positivamente dentro da margem de erro, mas vem acumulando crescimento quando se olha a série de levantamentos: a diferença era quase o dobro (21 pontos) há quatro meses.

A pesquisa foi feita ontem e anteontem, ou seja, inteiramente após os atos do dia 7 de Setembro que propiciaram ampla visibilidade a Bolsonaro. Os números indicam que não houve impacto imediato da manifestação, marcada por faixas e discursos antidemocráticos, na opinião dos eleitores. Transformados em mobilizações de campanha, os atos geraram questionamentos na Justiça contra o presidente, acusado por rivais de abuso de poder político e econômico.

O índice de rejeição de Lula e Bolsonaro permaneceu o mesmo. Entre os entrevistados, 51% afirmam que não votam de forma alguma no candidato do PL, contra 52% no último levantamento. Já Lula marcou novamente 39% de rejeição. Também não houve mudança na avaliação do governo federal: 31% consideram a gestão do presidente ótima ou boa, e 42% a avaliam como ruim ou péssima, mesmos índices do levantamento anterior. Além disso, os mesmos 50% dizem nunca confiar no que é dito pelo presidente.

Uma das explicações para o cenário de estabilidade nas percepções sobre os principais candidatos está na alta convicção do eleitorado. Para 77%, o voto para presidente está totalmente decidido, enquanto 22% admitem mudar a escolha. Entre os eleitores de Lula, o grau de decisão é de 86%. Já entre os bolsonaristas, 83% descartam uma mudança a menos de um mês da eleição. A opção tão cristalizada faz com que os eventos de campanha produzam poucas mudanças na opinião dos eleitores sobre os dois.

Intenções de voto no primeiro turno:

Intenções de voto no segundo turno:

Entre as mulheres, segmento majoritário na população, não houve também mudança após a repercussão de declarações machistas de Bolsonaro no 7 de setembro. Lula oscilou de 48% para 46%, e Bolsonaro, de 28% para 29%.

Também não houve impacto significativo até o momento do aumento do valor pago pelo programa Auxílio Brasil para R$ 600, cuja primeira parcela já foi paga em agosto. No segmento com renda de até dois salários mínimos, Bolsonaro ficou estável, com 26% dos votos, contra 54% de Lula.

Altas de Bolsonaro

Por outro lado, a oscilação positiva de Bolsonaro de dois pontos foi, em grande medida, puxada pelos eleitores mais jovens e pela classe média. O presidente cresceu sete pontos no estrato dos eleitores de 16 a 24 anos e oscilou positivamente três pontos entre eleitores de 25 anos a 34 anos (as duas faixas somadas representam 32% do eleitorado). Quando analisados os resultados por renda, foi entre os eleitores com renda mensal familiar de cinco a dez salários mínimos (8% do eleitorado) em que houve a principal movimentação: Bolsonaro cresceu nove pontos nesse estrato.

O presidente também segue com vantagem no eleitorado evangélico, foco de agendas e propagandas recentes de Lula. O atual presidente tem 51%, contra 28% do rival, enquanto o petista lidera entre os católicos (54% a 27%).

No Sudeste, região mais populosa do país, Lula tem 41% das intenções de voto no primeiro turno, cinco pontos percentuais a mais que Bolsonaro, que soma 36%.

No segundo pelotão, também houve estabilidade. Ciro Gomes (PDT) tem 7%, ante 9% na pesquisa anterior, e Simone Tebet (MDB) continua com os mesmos 5%. Soraya Thronicke (União Brasil) marcou 1% das intenções de voto cada. Além deles, 4% do eleitorado diz que votará em branco ou nulo, enquanto 3% afirmam que estão indecisos. Os demais candidatos não pontuaram.

Veja releição entre candidatos à Presidência:

Considerando apenas os votos válidos (excluindo nulos, brancos e indecisos), Lula manteve o patamar de 48%. O atual presidente tem agora 36% dos válidos. Os números indicam tendência de queda de Lula na proporção de votos válidos e, com isso, o ex-presidente vê as chances de vencer no primeiro turno diminuírem. Em agosto, o petista tinha 51% dos votos válidos, em junho, 53%, e, em maio, 54%. Com a margem de erro, de dois pontos, Lula teria entre 46% e 50%, segundo o Datafolha. Para vencer no primeiro turno, é preciso alcançar mais da metade dos votos válidos.

O instituto também questionou os eleitores ainda sobre um possível cenário de segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Segundo o instituto, o petista tem 53% nesse cenário, contra 39% de Bolsonaro. Na última pesquisa, o petista tinha 53%, contra 38% de Bolsonaro.

O Datafolha ouviu 2676 pessoas, em 191 municípios. Contratado pela TV Globo e pela “Folha de S.Paulo”, o levantamento foi registrada sob o número BR-07422/2022 no TSE.

Fonte: O Globo.

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