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Barcelona, PSG, Real… veja grandes que podem enfrentar problemas com Fair Play Financeiro

Por Luiz Eduardo Gama* — Rio de Janeiro

Depois da exclusão do Milan da próxima Liga Europa, o Fair Play Financeiro da Uefa ameaça outros gigantes do velho continente e pode aplicar ainda mais punições para as próximas temporadas. Juventus, Manchester City e Paris Saint-Germain são as principais equipes a serem investigadas por uma possível violação do regulamento. A dupla Barcelona e Real Madrid também não pode se descuidar.

Cesar Grafietti, consultor de Gestão e Finanças da CBF, destacou que as equipes europeias enfrentam problemas com três regras específicas. Além disso, ainda listou quais são as possíveis irregularidades das equipes investigadas. Veja abaixo:

PSG, de Neymar, é alvo do Fair Play Financeiro da Uefa — Foto: EFE/ Guillaume HorcajueloPSG, de Neymar, é alvo do Fair Play Financeiro da Uefa — Foto: EFE/ Guillaume Horcajuelo

PSG, de Neymar, é alvo do Fair Play Financeiro da Uefa — Foto: EFE/ Guillaume Horcajuelo

As regras:

  1. Prejuízo acumulado em três anos, que não pode passar dos € 30 milhões
  2. Uso de recursos de proveniência irregular
  3. “Déficit” máximo de € 100 milhões entre compra e vendas de jogadores

Possíveis sanções

  • Advertência
  • Repreensão
  • Multa
  • Dedução de pontos
  • Retenção das receitas de uma competição da Uefa
  • Proibição de inscrição de novos jogadores nas competições da Uefa
  • Restrição ao número de jogadores que um clube pode inscrever para a participação em competições da Uefa, incluindo um limite financeiro sobre o custo total das despesas com salários dos jogadores inscritos na lista principal para a participação nas competições europeias
  • Desqualificação das competições em andamento e/ou exclusão de futuras competições
  • Retirada de um título ou prêmio

Caso Milan

O Milan sofreu a punição porque desrespeitou a primeira regra e apresentou um prejuízo superior aos € 30 milhões na soma dos últimos três anos. Os Rossoneri vêm tendo dificuldade nesse ponto desde o triênio 16/17/18. Nos últimos quatro anos, o prejuízo do do Milan foi de € 400 milhões. As primeiras punições aplicadas ao clube foram de multa no valor de € 17 milhões e a limitação na inscrição de jogadores, mas, com a suspensão da Liga Europa, as primeiras sanções foram retiradas. O Milan já havia pagado € 7 milhões.

Lucas Paquetá leva cartão vermelho: Milan está fora até mesmo da Liga Europa na temporada 2019/20 — Foto: Marco Luzzani/Getty ImagesLucas Paquetá leva cartão vermelho: Milan está fora até mesmo da Liga Europa na temporada 2019/20 — Foto: Marco Luzzani/Getty Images

Lucas Paquetá leva cartão vermelho: Milan está fora até mesmo da Liga Europa na temporada 2019/20 — Foto: Marco Luzzani/Getty Images

Nenhuma outra grande equipe apresenta prejuízos no triênio 17/18/19. A situação pode ser diferente em 2020, mas é pouco provável que a Fifa precise abrir uma nova investigação, já que os clubes não costumam trabalhar em déficit. O valor do prejuízo ainda pode sofrer um reajuste caso o clube investigado apresente um aumento de capital que reequilibre o número. Caso o valor devido passe dos € 30 milhões, o clube pode negociar para se reajustar no próximo período de avaliação.

Manchester City e Paris Saint Germain

A segunda regra costuma ser problema para alguns dos “novos ricos” do futebol. Tanto Manchester City quanto PSG cresceram depois de receber investimento de fora para as contratações. Porém, a Fifa também impõe limites para clubes que contam com aportes desse tipo. Os franceses, por exemplo, foram julgados pelo dinheiro que receberam para fechar as contratações de Neymar e Mbappé, mas conseguiram reverter a punição na Corte Arbitral do Esporte (CAS) .

Manchester City de Fernandinho vem sendo investigado pela Uefa — Foto: Nigel Roddis/EFEManchester City de Fernandinho vem sendo investigado pela Uefa — Foto: Nigel Roddis/EFE

Manchester City de Fernandinho vem sendo investigado pela Uefa — Foto: Nigel Roddis/EFE

O regulamento prevê que somente 15% das receitas dos clubes venham de um mesmo grupo de empresas. Além disso, o investimento deve ser feito na forma de patrocínio. O City vem sendo investigado porque as receitas de fora estão acima da porcentagem permitida. O clube se defende alegando que o investimento excedente não é de um único grupo, mas sim de empresas diferentes e sem qualquer relação. Se punido, o atual campeão inglês pode acabar excluído do torneio continental, mas somente na temporada 2020/21.

Juventus

A Juventus está sendo investigada na regra número três devido a aquisição de Cristiano Ronaldo, que circula em torno dos € 100 milhões. Porém, esta não foi a única transferência da equipe na última temporada, e a Fifa estuda as movimentações da Velha Senhora no mercado para determinar se a equipe se regularizou.

Cristiano Ronaldo posa com o troféu do Campeonato Italiano — Foto: ReutersCristiano Ronaldo posa com o troféu do Campeonato Italiano — Foto: Reuters

Cristiano Ronaldo posa com o troféu do Campeonato Italiano — Foto: Reuters

Esta regra foi criada depois das aquisições de Neymar e Mbappé por parte do Paris Saint Germain. Por isso, apesar de ser o “responsável” pela criação da regra, a equipe da capital francesa não está sendo investigada por descumpri-la.

Barcelona e Real Madrid

A dupla de gigantes espanhóis pode acabar investigada na terceira regra. O Real Madrid já anunciou as contratações de Hazard, Jovic, Militão, Mendy e Rodrygo, somando € 303 milhões em reforços. Em contrapartida, os merengues já venderam Llorente, Kovacic e Theo Hernández, recuperando mais de € 100 milhões. Se não contratar mais ninguém, a equipe precisa alcançar os € 203 milhões. Recentemente, o “Marca”, da Espanha, fez uma lista de jogadores que o Real teria posto à venda.

Hazard em sua apresentação no Real Madrid — Foto: ReutersHazard em sua apresentação no Real Madrid — Foto: Reuters

Hazard em sua apresentação no Real Madrid — Foto: Reuters

O Barcelona ainda não ultrapassou o valor permitido em contratações, mas o time tenta as contratações de Griezmann e Neymar e, para consegui-las, fará um investimento no mínimo próximo ao do Real Madrid. A equipe da Catalunha tenta envolver alguns de seus jogadores nas negociações para evitar o Fair Play Financeiro.

Ainda assim, a regra três é a mais flexível delas. Mesmo que um clube ultrapasse o valor, a punição é revertida em uma simples advertência caso a equipe seja capaz de provar que tenha fundos para arcar com os valores prometidos. Porém, caso o clube não apresente provas suficientes, a punição costuma ser severa.

*Estagiário sob supervisão de Victor Canedo

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