Um impasse sobre o aproveitamento do galês Gareth Bale esteve no centro do rompimento entre o técnico Zinedine Zidane e o Real Madrid. De acordo com o jornal “El País”, o francês pretendia vender o atacante, a quem considerava “disperso, irregular e individualista”. Mas encontrou resistência do presidente Florentino Pérez.
Desinteressado na manutenção de Bale, Zidane teria acordado com a direção que ele não seguiria no time para a atual temporada. Mas a atuação do galês na final da Liga dos Campeões, contra o Liverpool, mudou a cabeça de Florentino.
O cartola teria afirmado, ainda no Estádio Olímpico de Kiev — onde se deu a conquista do tricampeonato merengue —, que Bale era “melhor que Cristiano Ronaldo”, porque marcava em jogos decisivos. O ponta fez o segundo e o terceiro gols do jogo, depois de Benzema abrir o placar.
Zidane não era grande entusiasta do atacante, a que deixou no banco na final do torneio europeu. Em janeiro, ele teria encaminhado com Florentino sua negociação. Com os 100 milhões de euros que esperava levantar com a venda, o Real iria ao mercado atrás de uma estrela.
O sonho de Zidane era tirar Neymar do Paris Saint-Germain, e conversas aconteceram entre representantes do clube e do jogador. Mas outros nomes estavam em pauta, casos de Hazard, do Chelsea, Harry do Kane, do Tottenham e Mohamed Salah, do Liverpool.
A insatisfação também era evidente no discurso de Bale, que chegou a afirmar que veria com bons olhos uma negociação porque “precisava jogar toda semana, o que não está acontecendo (com Zidane)”.
Depois da final da Champions, então, Florentino procurou o jogador para pedir que tivesse calma, pois atuaria mais regularmente. A mudança de estratégia da diretoria merengue irritou Zidane, que teria se sentido ofendido por não ter sido consultado. Como o desgaste já era grande, o treinador decidiu confirmar seu pedido de demissão do Real Madrid.
