Irmão mais novo de Gilbert Durinho acredita que luta no peso-casado de 68kg o favorece, e revela que fase e a atividade do irmão o inspiram no octógono: “Não posso ficar para trás!”
Por Evelyn Rodrigues — Las Vegas, EUA
Escalado de última hora para enfrentar o veterano Evan Dunham no UFC 250, no próximo sábado, o peso-pena brasileiro Herbert Burns vibrou com a chance de voltar ao octógono quase cinco meses após a sua estreia, quando nocauteou Nate Landwehr no UFC Raleigh. Em entrevista ao Combate, Burns deixou claro que pretende usar o jiu-jítsu para chegar à segunda vitória.
Herbert Burns estreou no octógono com nocaute sobre Nate Landwehr no UFC Raleigh — Foto: Getty Images
– Minha principal arma é o jiu-jítsu, apesar de ter rolado o nocaute na última luta. Continuo sendo um cara do jiu-jítsu, que gosta de finalizar e de buscar a luta agarrada. Mas ele também é do jiu-jítsu, então talvez ele aceite a luta agarrada. Ele é muito experiente e tem um espírito de guerreiro. Não desiste nunca! Até vi uma luta dele recente contra o Beneil Dariush, foi uma guerra! Ele quase foi nocauteado no primeiro assalto, mas se recuperou e conseguiu um empate. Foi a luta da noite, uma excelente luta. Mas eu acho que sou superior a ele em todos os quesitos de luta. Sou mais técnico e tenho um jiu-jítsu mais afiado. Ele pode ser um pouco mais forte fisicamente, mas tem a inatividade de 19 meses sem lutar, e eu venho num momento bom. Tenho mais objetivo na minha carreira do que ele, que está querendo voltar para fazer algumas lutas para fechar a carreira com chave de ouro. Eu ainda quero buscar o topo da categoria. E ele está fazendo pela primeira vez uma luta num peso-casado de 68kg – sempre lutou nos 70kg. Acho que esse corte de peso de ultimíssima hora vai fazer a diferença no tanque de gasolina dele, e eu vou capitalizar nisso. Quero vencer finalizando. Se a luta for do jeito que eu quero, é derrubar e finalizar no primeiro round!
A exemplo do irmão, Gilbert Durinho, que não cansa de pedir lutas seguidamente ao UFC, Herbert garante que querer se manter ativo é uma característica da família. O lutador contou como ele e seu empresário, Ali Abdelaziz, trabalharam para que a luta no UFC 250 acontecesse.
– Eu já estava querendo lutar tem um tempo, porque gosto de me manter ativo. É da família mesmo querer sempre lutar e se testar. Quando o UFC anunciou que ia voltar, eu já estava falando para o Ali, “Quero lutar”. Acabou que não rolou no primeiro card, meio que cancelaram, tinha uma galera aqui já lutando, então eu já estava ajudando o Michael Omar, e aí rolou a luta de Gilbert. Falei, “Quero lutar no mesmo card!” Ia ser maneiro, antes de disputar um cinturão, lutando com o irmão no mesmo card ia ser bom, porque depois lutando pelo cinturão fica difícil de tirar atenção para ele. Pode ser uma das poucas chances de a gente lutar junto. Tentei, tentei, mas o UFC não conseguiu um oponente. Muita gente estava treinando, alguns caras negaram a luta, e aí pintou a chance de rolar nesse do dia 6. Falei que se tivesse como eu lutar, eu queria. Aí o Ali fez uma mágica dele lá. Já tinham anunciado o card e pensei: “Acho que não vai rolar luta”. Liguei para o Ali e ele disse: “ainda tem chance, continua treinando”. No dia seguinte, ele ligou. “Tem essa luta aqui contra o Evan Dunham”. Falei: “Mas ele bate o peso-pena?” E ele: “Não, vamos fazer um peso-casado. Ou você quer lutar no leve?” Respondi: “Eu não vou lutar no leve, não (risos). Vamos bater um peso combinado então.” Eu não sou um peso-pena pequeno, sou grande para o peso. Dava para bater o pena, eu não estou pesado, mas se puder lutar até 68kg, é bom, porque a gente se encontra no meio do caminho.
Herbert Burns e Gilbert Durinho UFC — Foto: Getty Images
Burns também brincou ao falar sobre como a carreira do irmão e a sua sequência de lutas o motivam a querer lutar, até para não ficar para trás no ranking de atividade da família.
– Com certeza, um cara que conquistou tudo no jiu-jítsu e está no MMA hoje em dia, lutando no topo. É um cara que é competidor, está sempre buscando uma competiçãozinha! Ou está no sem quimono, ou no jiu-jítsu com quimono, ou está no MMA. É bom ter alguém assim que te puxe, não posso ficar para trás! Está lutando, já lutou de novo! Lutou depois de mim e já lutou de novo! Não, agora eu tenho que lutar!
A vitória de Durinho sobre Tyron Woodley no último sábado também serviu de inspiração para Herbert Burns, que disse ter tido muita confiança na vitória do irmão, a quem sempre aconselhou a deixar o peso-leve e subir para o meio-médio.
– Foi uma inspiração com certeza. Eu esperava que ele encerrasse a luta, porque eu acompanho de perto a evolução dele, sei o quanto ele rende no treino. Nunca gostei de ele ter lutado na categoria dos leves, sempre quis que ele subisse para os meio-médios, porque é a categoria dele, é ali que ele vai render fisicamente, em vez de ter que destruir um pouco a performance dele para ter que bater o peso dos leves. No 77 ele consegue se soltar, se manter forte fisicamente. Ele que estava o cara mais forte, ele que estava usando a força física contra o Woodley. Muita gente estava dizendo, “Durinho vai ser menor, peso-leve”, mas quem está ligado, a gente já sabia, já imaginava que a luta seria assim. E ele ganhou melhor do Woodley do que o Kamaru. Foi a melhor luta dele no UFC, melhor luta dele na carreira.
Herbert Burns nocauteou Nate Landwehr no primeiro round no UFC Raleigh — Foto: Getty Images
Burns também falou sobre a sua vitória na estreia e o quanto ela foi importante para a sua chegada ao UFC.
– Foi meu primeiro nocaute no UFC, um nocaute espetacular na minha primeira luta. Estreei já mostrando… E eu falei antes da luta que eu queria chegar já mostrando meu cartão de visitas, chegando com o pé na porta da categoria. Como a luta aconteceu, mostrei um pouco de trocação, derrubei, mostrei jiu-jítsu, ele soltou um pouco de golpes, mostrei que tenho resistência, e aí consegui um nocaute espetacular. Foi uma estreia perfeita.
Melhores Momentos de Herbert Burns x Nate Landwehr no UFC Raleigh, no dia 25/01/2020.
O Combate transmite o UFC 250 ao vivo, na íntegra e com exclusividade neste sábado, a partir das 19h45 (de Brasília), com o “Aquecimento Combate”. O SporTV 2 e o Combate.com transmitem o “Aquecimento” e as duas primeiras lutas do card preliminar. O site acompanha todo o evento em Tempo Real.
UFC 250
6 de junho de 2020, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL (0h, horário de Brasília):
Peso-pena: Amanda Nunes x Felicia Spencer
Peso-galo: Raphael Assunção x Cody Garbrandt
Peso-galo: Aljamain Sterling x Cory Sandhagen
Peso-meio-médio: Neil Magny x Anthony Rocco Martin
Peso-galo: Eddie Wineland x Sean O’Malley
CARD PRELIMINAR (20h, horário de Brasília):
Peso-pena: Alex Caceres x Chase Hooper
Peso-médio: Ian Heinisch x Gerald Meerschaert
Peso-galo: Cody Stamann x Brian Kelleher
Peso-médio: Charles Byrd x Maki Pitolo
Peso-mosca: Jussier Formiga x Alex Perez
Peso-meio-pesado: Alonzo Menifield x Devin Clark
Peso-casado (até 68kg): Herbert Burns x Evan Dunham