O sofrimento das famílias venezuelanas, num país em crise, também já alcançou os brasileiros. Trabalhadores com esposas e filhos estão tendo dificuldades para retornar ao Brasil, depois que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou a fronteira entre os dois países, na quinta-feira (21). As informações são do presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Amazonas, Antônio Sérgio Alexandre.
Em áudios por meio das redes de WhatsApp, várias brasileiros se manifestaram sobre as dificuldades criadas pela crise institucional venezuelana. No país, os cidadãos se dividem entre o governo de Maduro, já tratado como ditador por lideranças latino Americanas, e o autoproclamado presidente da República, deputado Juan Gaidó.
Uma mulher que não se identifica, relata que, para alcançar Pacaraima, as pessoas precisaram cruzar montanhas em Roraima, na fronteira com o país vizinho. “A gente já aqui em Pacaraima. Nosso caminhão ficou e ainda ficou e muito caminhoneiro p’ra lá, tambem.”
Em outra gravação, ela conta que o Exército Brasileiro não está fazendo nada para ajudar os trabalhadores que querem retornar ao Brasil. “Quando a gente saiu de lá e subimos a montanha e chegamos aqui em Pacaraima, o Cláudio foi direto lá com o pessoal do Exército. Ele olhou pro Cláudio e disse que eles não ‘podem’ fazer nada pelos brasileiros que estão ali dentro. Eu fiquei revoltada com aquilo!”
Um Venezuelano se solidarizou com os brasileiros, que guardou os caminhões usados pelas famílias e indicou uma trilha para a fuga dos que decidiram voltar ao Brasil.
Sérgio Alexandre destacou que várias pessoas estão cruzando o país sem água, alimentos, e não têm local seguro pra ficar. “Eles fecharam a fronteira oito da noite e não deixaram passar ninguém a pé. Quem tava do outro lado de Pacaraima, não deixaram passar ninguém por aí. Mas já saiu, hoje à tarde, uma notícia aí que, a partir de amanhã, eles vão deixar os pedestres passarem. Já alivia, pelo menos. Agora, os caminhões precisam ficar trancados por algum tempo, porque, enquanto tiver esse caminhão com medicamento pra trazer pra cá, vai ‘tá’ com esse problema!”.
