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Antes da Revista Crusoé, Rede Tiradentes já havia sofrido censura por ministro do STF por denunciar corrupção

 

Antes da censura que deixou a Revista Crusoé fora do ar por quatro dias, a Rede Tiradentes de Rádio e TV já tinha sofrido censura por decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em fevereiro, restaurando uma decisão de um juiz do Amazonas, o ministro Alexandre de Morais já tinha obrigado a Rede Tiradentes de Rádio e TV a retirar de suas redes sociais reportagens sobre investigações da Lava Jato envolvendo o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

O senador foi acusado de receber R$ 6 milhões da Odebrecht, por meio da empresa RICO TÁXI AÉREO, que emitiu notas fiscais frias, caracterizando os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade.

Em outras duas denúncias, Braga foi denunciado por dividir R$ 30 milhões da Hypermarcas  com outros dois colegas senadores do MDB – Renan Calheiros e Romero Jucá – e delatores da Construtora Andrade Gutierrez declararam que pagaram 10 % de todas as obras feitas no Amazonas. O Prosamim e a Arena da Amazônia consumiram cerca de 3 bilhões de reais. A propina paga a Braga pela Andrade Gutierrez se aproxima de R$ 300 milhões.

Em janeiro, no plantão de recesso do STF, o ministro Luiz Fux havia derrubado a censura contra Tiradentes. Em sua decisão, Fux chegou a recomendar “extrema cautela na determinação de retirada de conteúdos jornalísticos ou de matérias de potencial interesse público por parte do Poder Judiciário, na medida em que tais decisões podem gerar um efeito inibidor na mídia, tolhendo o debate público e o livre mercado de ideias”.

Em fevereiro, ao assumir o caso, Alexandre Moraes disse que não houve censura prévia no caso da Tiradentes e afirmou. “Eventuais abusos porventura ocorridos no exercício da manifestação do pensamento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Judiciário, com a cessação das ofensas e direito de resposta”.

A Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestou contra a censura, mas o ministro manteve a decisão em março e arquivou a ação da emissora, impondo multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento.

 

As emissoras da Rede Tiradentes não ficaram fora do ar, mas a Rádio Tiradentes foi obrigada a veicular “direito de resposta” de Eduardo Braga em sua programação.

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