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Análise: amarrado, Grêmio vira espectador no primeiro tempo e sai no lucro com empate

Por Eduardo Moura — Porto Alegre

Com o jogo nos acréscimos, torcedores que deixavam as cadeiras da Arena rumo ao estacionamento concluíram: “o Grêmio ficou no lucro”. A frase basicamente resume o sentimento dos tricolores após o 1 a 1 com o Flamengo, na noite desta quarta-feira, na primeira partida da semifinal da Libertadores.

 

Aos 42 minutos do segundo tempo, Pepê empurrou para o gol uma das raras chegadas do Grêmio à área rubro-negra. Bruno Henrique havia aberto o placar no meio da etapa final, mas houve outros três gols, dois de Gabigol e um de Everton Ribeiro, anulados pelo VAR. Foi a motivação para Renato Gaúcho dizer que o Grêmio “não viu a bola”.

Matheus Henrique em empate de Grêmio e Flamengo, na Libertadores — Foto: Vinicius Costa/BP FilmesMatheus Henrique em empate de Grêmio e Flamengo, na Libertadores — Foto: Vinicius Costa/BP Filmes

Matheus Henrique em empate de Grêmio e Flamengo, na Libertadores — Foto: Vinicius Costa/BP Filmes

Na zona mista, manteve-se o consenso: o resultado ficou “de bom tamanho” para a volta, no dia 23, no Maracanã. Maicon, Matheus Henrique, Alisson… Todos usaram a expressão.

Indecisão, passe e posse

Nos primeiros 45 minutos, a movimentação ofensiva do Flamengo trouxe indecisões aos defensores gremistas. Gerson desfilou sua qualidade sem ser incomodado e aparecia por todos os lados. A marcação ficava muito longe.

“O Flamengo vai começar classificado. Agora, o Grêmio não vai entrar (no Maracanã) como fez o primeiro tempo aqui” (Renato Gaúcho)

— O Grêmio não encaixou no primeiro tempo. Principalmente na marcação. Então, saiu barato. Aquele 0 a 0 foi bom. No segundo tempo, a gente reagiu, começou a jogar bem, o Diego Alves fez duas excelentes defesas. Em seguida, tomamos o gol. Fiquei com medo que fosse desandarMas o Grêmio reagiu mais uma vez — apontou o vice de futebol Duda Kroeff.

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Tardelli fala que Grêmio foi neutralizado no primeiro tempo e que precisa estudar mais o Flamengo

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Uma série de fatores, além da própria qualidade e imposição do Flamengo, rendeu o desempenho abaixo do esperado. No final do primeiro tempo, o Tricolor tinha 52 passes certos trocados contra 206 do Flamengo. E o time gaúcho ainda havia errado 13. O pico de posse de bola da equipe de Jorge Jesus foi de 77%.

Como disse Renato, o Grêmio não conseguiu ficar com a bola. Matheus Henrique, o responsável isso, ficou engolido entre Gerson, Willian Arão e Everton Ribeiro. Michel tentou ajudar, mas sem sucesso. Em inferioridade numérica, os dois volantes gremistas se ressentiram de ajuda.

— Acho que tem mérito da equipe adversária, que estudou bem a nossa equipe. Não conseguimos sair da forte marcação que eles fizeram. Dificultou muito nosso trabalho. Mas no segundo tempo o professor Renato conversou com a gente para poder acertar as coisas e voltamos melhor — explicou Cortez.

Bruno Cortez, do Grêmio, após empate com Flamengo — Foto: Eduardo MouraBruno Cortez, do Grêmio, após empate com Flamengo — Foto: Eduardo Moura

Bruno Cortez, do Grêmio, após empate com Flamengo — Foto: Eduardo Moura

— Tivemos vários erros. Não conseguir ter a bola nos pés. Eles neutralizaram nosso ponto forte. Movimentam-se bastante ali na frente. Demos muito espaço no primeiro tempo. O resultado ainda está aberto, mas precisamos melhorar, estudar mais a equipe do Flamengo — destacou Diego Tardelli.

Vestiário resolve – em parte

Após o intervalo, Luan, Alisson e até Tardelli apareceram para fazer a bola circular no meio. O trio se revezou no auxílio à saída de bola. O Flamengo teve também uma queda de intensidade clara. O Grêmio, então, cresceu e fez Diego Alves trabalhar, especialmente em chance de Everton, cara a cara. Quando o torcedor gremista se animava nas arquibancadas, saiu o gol de Bruno Henrique.

A defesa gremista estava toda desarrumada. Kannemann saiu da área para perseguir Everton Ribeiro. Galhardo foi superado com facilidade por Bruno Henrique, que cabeceou e venceu Paulo Victor. O goleiro, aliás, havia falhado nos dois gols anulados pelo VAR na primeira etapa.

Pepê comemora gol da esperança ao Grêmio — Foto: EVERTON PEREIRA/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDOPepê comemora gol da esperança ao Grêmio — Foto: EVERTON PEREIRA/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO

Pepê comemora gol da esperança ao Grêmio — Foto: EVERTON PEREIRA/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO

Ali, parecia que a coisa desandaria, como disse Duda Kroeff. Mas Maicon e Pepê saíram do banco para dar nova fôlego e definir o empate no fim do jogo. O cruzamento de Everton saiu com raiva semelhante à dos torcedores.

Resumo da ópera: o Grêmio se safou de levar para o Maracanã um placar ainda pior de reverter, nas palavras do próprio Renato. A atuação do primeiro tempo precisa ser vista, revista e estudada. Se quiser chegar a mais uma final da Libertadores, o time gaúcho não pode nem pensar em repeti-la, por poucos minutos que seja, no Maracanã.

O elenco gremista se reapresenta na tarde desta quinta-feira no CT Luiz Carvalho. Agora, o objetivo é contar com Geromel e Jean Pyerre, machucados, para o jogo da volta, no Rio de Janeiro, daqui a três semanas. O próximo compromisso será no sábado, contra o Corinthians, pelo Brasileirão.

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