No último sábado, no UFC 250, em Las Vegas (EUA), brasileira se tornou a primeira atleta da história do UFC a defender dois cinturões da companhia simultaneamente
Por Evelyn Rodrigues — Las Vegas, EUA
Amanda Nunes entrou no octógono com um protetor bucal cuja inscrição exibia o nome da filha, Raegan. E foi para a pequena, que tem previsão de nascimento para setembro, que a baiana dedicou a vitória sobre Felicia Spencer, sábado, no UFC 250, em Las Vegas (EUA), em sua primeira defesa de cinturão do peso-pena.
Noiva de Nina Ansaroff, que mesmo grávida esteve no córner do combate principal do evento, Amanda Nunes dedicou o triunfo à filha, no duelo que marcou a conquista de um feito: a baiana se tornou a primeira atleta da história do UFC a defender dois cinturões da companhia simultaneamente.
Amanda Nunes exibe o protetor bucal com o nome da filha, que nasce em setembro — Foto: Getty Images
– Estou falando o tempo todo nas minhas entrevistas. Eu estava com cinco córneres, porque a Raegan estava comigo. Quero mostrar para ela e falar: “Você estava lá com a mamãe nesse momento tão maravilhoso na minha vida”. Foi muto gratificante. Nina falou que ela estava chutando o tempo todo, parecia que estava na luta junto comigo (risos) – contou ao Combate.com.
Após mais uma vitória no Ultimate – a “Leoa” não perde no octógono desde 2014 -, Amanda Nunes evita falar dos planos profissionais. Ela anseia por um tempo de descanso para curtir a família e a chegada de Raegan.
– Eu vou sair por aí, sem lenço, sem documento. O que acontece em Vegas, fica em Vegas (risos). Vou descansar, dar atenção à Nina, porque gravidez não é fácil. Sou marinheira de primeira viagem. Vou tirar um bom descanso antes de pensar em uma próxima oponente. É bom para o UFC colocar as meninas para lutarem e vermos a próxima desafiante.
Acostumada a bater nomes conhecidos do MMA feminino, como Cris Cyborg, Ronda Rousey, Holly Holm e Valentina Shevchenko, Amanda Nunes valorizou o “coração” de Felicia Spencer, a menos laureada das rivais e a única que aguentou cinco rounds com a baiana.
Amanda Nunes venceu Felicia Spencer por decisão unânime (50-44, 50-44 e 50-45) — Foto: Getty Images
– Eu sabia que ela era duríssima. Era a oponente que eu queria para acabar com essa história de que não chego bem ao quinto round. Estou muito feliz, é um momento maravilhoso, não tenho palavras para descrever. Hoje eu fechei um ciclo, sou a melhor de todos os tempos. Estou provando a cada dia. Estou orgulhosa de mim, da minha academia e dos meus treinadores. Foram anos de dedicação. Hoje parecia uma orquestra, eu escutava tudo que eles falavam, foi perfeito.
– É melhorar para ficar bem em todas as áreas, ficar confortável. Isso é o MMA, você não pode ser boa só em uma coisa. É preciso estar bem para executar a estratégia. Ela é faixa-preta de jiu-jítsu, e eu também. Gosto do grappling, treino muito wrestling com Conan Silveira, Mike Brown e Parrumpinha. Hoje eu provei que sou melhor do que qualquer faixa-preta que colocam na minha frente.
UFC 250
6 de junho de 2020, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL:
Amanda Nunes venceu Felicia Spencer por decisão unânime (50-44, 50-44 e 50-45)
Cody Garbrandt venceu Raphael Assunção por nocaute aos 4m59s do R2
Aljamain Sterling venceu Cory Sandhagen por finalização a 1m28s do R1
Neil Magny venceu Anthony Rocco Martin por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28)
Sean O’Malley venceu Eddie Wineland por nocaute a 1m54s do R1
CARD PRELIMINAR:
Alex Caceres venceu Chase Hooper por decisão unânime (triplo 30-27)
Ian Heinisch venceu Gerald Meerschaert por nocaute técnico a 1m14s do R1
Cody Stamann venceu Brian Kelleher por decisão unânime (triplo 30-27)
Maki Pitolo venceu Charles Byrd por nocaute técnico a 1m10s do R2
Alex Perez venceu Jussier Formiga por nocaute técnico aos 4m06s do R1
Devin Clark venceu Alonzo Menifield por decisão unânime (30-27, 29-28 e 29-28)
Herbert Burns venceu Evan Dunham por finalização a 1m20s do R1