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Ações de combate à depressão e ao suicídio têm dia de destaque na CMM

As ações de prevenção e combate ao suicídio, depressão e ansiedade estiveram em destaque, nessa quarta-feira (25/9), na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Uma dessas ações foi uma tribuna popular, realizada no plenário Adriano Jorge.

Proposta pelo vereador do Everton Assis (DEM) em parceria com vereador Dante (PSDB), a tribuna contou com a presença da assistente social Valcelia Dias, do Projeto Amigos da Escola (PROPAE), da psicóloga Camila Costa, da Cruz Vermelha e Maycon Tadeu, representante Ong do Centro Popular de Cultura Legião Franciscana  (CPC/LEFRAN).

O projeto “Parceiros da Escola” (Propae) é destinado aos estudantes do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e tem como objetivo realizar atendimentos em situações que envolvam problemas motivacionais, conflitos familiares, baixo rendimento escolar, casos de “bullying”, auto mutilação, depressão e suicídio.

“Setembro é o mês em que as campanhas e discussões a cerca do Setembro Amarelo são intensificadas, um assunto sempre presente neste parlamento, porque sabemos que uma grande parte da nossa sociedade está doente. Ressalto a frente parlamentar que foi criada para buscar meios de combater essas problemáticas. O Propae é um projeto lindo, com profissionais que trabalham na base, na escola, aproximando a família, esse espaço dado a eles hoje é de suma importância, pois é preciso falar, debater e juntos termos ideias para ajudar ao próximo”, destacou Everton Assis.

Segundo dados da OMS, em todo o mundo, 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. O número de tentativas é ainda mais assustador: para cada caso de óbito, 20 outras tentativas são registradas.

O Brasil é o oitavo país na lista de casos: foram 11.821 casos registrados em 2012. Na faixa etária entre 15 a 29 anos, é a segunda causa de morte, ficando apenas atrás de acidentes de trânsito.

Maycon Tadeu agradeceu aos vereadores e relatou emocionado parte da sua vida como exemplo de superação a depressão e ao suicídio. “Você busca todos os dias a felicidade nas redes sociais, por exemplo, vemos fotos de pessoas sorrindo e de repente somos surpreendidos pela notícia de suicídio daquela pessoa. Pessoas que têm esse desejo, na verdade têm sede de viver, mas dificuldades em enfrentar seus problemas. Querem acabar com o problema, e não com a própria vida, mas não encontram solução para isso, caem no erro.”

Os parlamentares presentes defenderam a divulgação de informações sobre o assunto que é o ponto chave para diminuição no alto índice de suicídios na capital amazonense e se propuseram a se unir para fazer campanhas e ajudar em projetos que buscam ajudar pessoas que passam por transtornos.

Carlos Portta vai destinar emenda parlamentar

O vereador Carlos Portta (PSB) anunciou que vai destinar parte da sua emenda parlamentar para ser utilizada na ampliação das políticas de saúde mental e combate a depressão, no orçamento do município de 2020.

“O suicídio e a depressão são desafios que precisam ser combatidos através das políticas públicas. A inteligência emocional é algo que vai ajudar centenas de pessoas, então quero informar e convidar os colegas vereadores a destinar recursos da emenda parlamentar para ajudar a salvar vidas”, destacou o parlamentar, durante pronunciamento que abordou o tema “Combate ao Suicídio”.

Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que a depressão afeta 322 milhões de pessoas em todo o mundo. De 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. O total representa cerca de 5% da população mundial. Na opinião do vereador, o número pode aumentar se medidas públicas não foram adotadas com urgência.

“A doença só demonstra a fragilidade humana, por isso é importante a sociedade e a Câmara Municipal refletir e debater sobre o tema.  Essa enfermidade só deve aumentar com o tempo e pode se tornar a segunda maior preocupação em termos de saúde pública no planeta”, disse Portta.

Ainda segundo a OMS, no Brasil corresponde a 5,8% da população sofre de depressão, ou seja, um total de 11,5 milhões de brasileiros. Entre os países da América Latina, o Brasil é o que possui maior número de pessoas com depressão.

Mesa-redonda fecha programação

A Câmara Municipal de Manaus (CMM), por meio da Diretoria de Recursos Humanos, promove palestras no dia 30 de setembro, com o tema “Setembro Amarelo”, fechando o mês dedicado à prevenção do suicídio. A partir das 10 horas, o auditório Zany dos Reis receberá em um mesa-redonda a médica psiquiatra Daniele Fernandes Holanda e a psicóloga Maria Aparecida Martins para debater sobre o tema. “A ideia é ajudar na prevenção com estas palestras, como contribuição da CMM”, disse o diretor do RH/CMM, Luiz Netto.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. No Brasil, os números são preocupantes: de 2007 a 2016, 106.374 pessoas morreram em decorrência do suicídio — em 2016, a taxa foi de 5,8 por 100 mil habitantes. Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.

Para a psiquiatra, a palestra tem o intuito de treinar o público a identificar pessoas em sofrimento e risco de suicídio, bem como em ensinar como ajudar. “As pessoas que amamos podem estar em sofrimento, pensando em tirar suas vidas, ainda que esteja com sorriso no rosto. Precisamos estar atentos e treinados para identificar quem precisa de ajuda. Não espere acontecer na sua família. Aprender a falar sobre o suicídio e identificar pessoas em risco é a melhor forma de prevenir”, destacou Daniele Holanda.

A OMS destaca que há uma série de medidas que podem ser tomadas junto à população para prevenir o suicídio e suas tentativas, como: redução de acesso aos meios utilizados (por exemplo, pesticidas, armas de fogo e certas medicações); cobertura responsável pelos meios de comunicação; introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool; identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas com transtornos mentais ou por uso de substâncias, dores crônicas e estresse emocional agudo; formação de trabalhadores não especializados em avaliação e gerenciamento de comportamentos suicidas; acompanhamento de pessoas que tentaram suicídio e prestação de apoio comunitário.

 

 

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