Projeto disponibiliza curta-metragem “Alexandrina – Um relâmpago” por meio de intervenção artística em avenidas de Manaus

A distribuição do filme acontece através de QR Codes espalhados em forma de lambe-lambe por diferentes zonas da cidade

A trajetória de Alexandrina Sem Sobrenome, filha de negros escravizados, nascida livre e empregada de um casal de naturalistas estrangeiros que vieram para a Amazônia estudar a flora e fauna brasileira, será recontada através do curta-metragem “Alexandrina – Um Relâmpago”, lançado nesta terça-feira (14/12) e disponibilizado através de QR Codes, espalhados por diversas zonas da capital amazonense.

A distribuição do filme acontece de forma pioneira e é feita através de QR Codes espalhados em forma de lambe-lambe por diferentes zonas da cidade e busca priorizar a rua como principal espaço de diálogo e expansão do curta-metragem, além de estimular de forma mais simplificada o acesso ao audiovisual, como explica a idealizadora do projeto, a multiartista Keila Sankofa.

“Não é possível virar de costas para minha principal escola, a rua, e priorizar instituições e espaços fechados que preferenciam a classe média. Na rua, os acontecimentos e respostas são reais, cortantes e trazem verdade no diálogo com o público”, explica.

O curta-metragem é mais uma ação do projeto Direito à Memória – Outras narrativas, uma iniciativa multimídia que reivindica memória de pessoas pretas no estado do Amazonas e vem fazendo ações artísticas desde 2019. Reunindo várias histórias de figuras pretas de diversas épocas, idades, vivas ou falecidas.

“Alexandrina – Um relâmpago” é o primeiro curta dessa série de produção de curtas metragens que pretendemos fazer nos próximos anos. Há muitas histórias para serem contadas e recontadas. Esse aterramento de memórias proposto pela história unilateral branca deve ser questionada, estamos aqui faz muito tempo e nossos feitos devem ser relembrados”, enfatiza Sankofa.

Alexandrina sem sobrenome – Mesmo sendo exímia naturalista, o que levou Alexandrina a ser fotografada foram seus cabelos, que alçaram os céus e que nasciam enraizados da terra, cabelos parecidos com as copas das árvores, com as montanhas ou com o sol nascente.

O filme busca destacar que Alexandrina não era só o seu cabelo, foi uma profunda conhecedora da natureza, que passou o aprendizado sobre nossa terra ao casal Agassiz, e é por isso que deve ser lembrada, não invisibilizada como tantas outras pessoas negras importantes da história amazonense.

Redesenho – Com intuito de ressignificar a imagem de Alexandrina, o projeto Direito à Memória – Outras narrativas a redesenhou para que seja vista de forma imponente e poderosa como sempre foi. O redesenho foi realizado por Luiz Oliveira (@luizsymbian)

O curta-metragem foi contemplado na Lei Aldir Blanc – Prêmio Encontro das Artes, da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas. O projeto tem a produção do Grupo Picolé da Massa – da Várzea das Artes e o apoio da Pedra de Fogo Produções, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Fita Crepe Produções,  Movimento Igarapé Águas Claras, Leões do Norte e Agência de Roteiros Rio Negro.

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