Profissionais de nível técnico têm diferencial no salário, diz estudo. Senai garante que jovem já sai do curso com chances bem maiores no mercado de trabalho

Vamos citar os exemplos de Paula Ingrid, de 18 anos, e Ingrid Gomes, de 17, ingressaram juntas em um curso técnico de Segurança do Trabalho enquanto ainda cursavam o ensino médio. Na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Campina Grande (PB), as jovens paraibanas já fazem planos e sonham com um futuro, com a certeza de que terão boas chances no mercado de trabalho.

E não é exagero da parte delas. Segundo um estudo feito com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), existe um diferencial significativo de renda para pessoas que fazem cursos técnicos. Um operador de instalações de geração e distribuição de energia elétrica, hidráulica, térmica ou nuclear pode ganhar até R$ 10,3 mil ao longo da carreira, enquanto alguém com curso superior em Biomedicina chega a R$ 5,1 mil.

A educação profissional é vista em outros países como primeira opção de estudo. Na Áustria, por exemplo, a média de jovens que terminam o ensino médio e optam por cursos profissionais é de 75,3%. No Brasil, em 2016, não chegava a 10%. “O curso técnico vai dar uma condição bem melhor de o aluno se inserir no mercado de trabalho, e isso é comprovado. A possibilidade de você ser inserido nesse mercado é bem maior”, garante o gerente executivo de Educação e Tecnologia no Senai da Paraíba, Janildo Sales.

Em 2016, o número de pessoas matriculadas na educação profissional no estado era 30,2 mil, segundo o último Censo Escolar. Em 2006, eram pouco mais de nove mil. Entre os cursos mais procurados pelos paraibanos, estão o de Eletroeletrônica, Edificações e Segurança do Trabalho, o escolhido por Ingrid e Paula. “É um curso que tem grande abrangência na área. Não conhecia, mas estou gostando muito, me apaixonei por essa área”, comenta Paula, que, futuramente, pretende fazer um curso superior em Engenharia do Trabalho.

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Ingrid Gomes pretende ir pelo mesmo caminho dos estudos. “O curso me chamou a atenção pela forma de lidar com as pessoas”, explica. Ingrid não quer parar em um só curso técnico. Ela conta que pensa em fazer algo relacionado à moda e também à administração. “Acho que todo conhecimento que a gente tem é válido, e o Senai nos proporcionou isso, novas experiências”, confirma a futura estudante de Medicina do Trabalho.

Inovação

Na lista de novidades, entram Sistema de Energias Renováveis, Programação de Jogos Digitais, Desenvolvimento de Sistemas e Informática para Internet, todos para serem inseridos a partir do ano que vem. “Nós temos um jovem hoje que é um nativo digital, que busca incessantemente a inovação, a criatividade. É importante a gente trabalhar com tecnologias voltadas a este novo perfil do jovem”, diz Janildo Sales.

A aposta do gerente executivo, no entanto, é no mercado de energias renováveis. “É um mercado muito promissor, tem uma tendência de crescimento muito ampla e a gente percebe que há uma carência muito grande de mão de obra para esta atividade”, resume. A área de Energia está entre as que mais vão precisar de profissionais qualificados até 2020, segundo o último Mapa do Trabalho Industrial. Até lá, serão necessários mais de 270 mil técnicos para preencher as demandas da indústria.

Para as jovens Paula e Ingrid, a notícia também é boa: técnico em Segurança do Trabalho também está na lista como uma das ocupações com alta demanda dentro e fora da indústria. Até 2020, o setor vai precisar de 76,6 mil profissionais técnicos. “Eu tenho apenas 17 anos. Para mim, entrar no mercado de trabalho é um pouco difícil, mas só de ter um curso técnico é ótimo. O mercado vai me olhar de forma diferente, uma jovem que tem técnico e conhecimento a mais”, comemora Ingrid Gomes.

 

Em Manaus, Senai tem matrículas abertas para vários cursos técnicos

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas) está com matrículas abertas para os cursos técnicos de mecânica, refrigeração e climatização, rede de computadores, eletrônica, eletroeletrônica e administração. Os cursos são destinados a alunos matriculados a partir do terceiro ano do ensino médio ou egressos com idade mínima 18 anos, e têm número limitado de vagas e datas diferenciadas para início das atividades.

“Trabalhamos com 95% de satisfação dos egressos do SENAI nas empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), realizamos anualmente pesquisas dentro das indústrias e o resultado é sempre muito positivo, fruto da nossa metodologia diferenciada”, ressalta a gerente de Educação Profissional do SENAI, Silvia Barros.

Dos cursos oferecidos nesse início de ano, apenas o técnico em administração será desenvolvido nos três turnos (manhã, tarde e noite) e o técnico em rede de computadores, apenas no período noturno, os demais serão no período da tarde. O curso de técnico em mecânica terá início em 19 de fevereiro; eletroeletrônica e administração, em 5 de março, e os demais em 2 de abril.

Segundo Silvia Barros, cada módulo tem parte teórica e prática, sendo em torno de 20% a 50% dentro da carga horária. “O aluno aprende dentro do SENAI como desenvolver as atividades para depois aplicar nas empresas”, diz ela. O curso técnico em mecânica é o único ofertado na Escola SENAI Waldemiro Lustoza, localizada no bairro Cachoeirinha.

“Preparamos os alunos para o mercado de mecânica, manutenção e inovação. Hoje na indústria temos exemplos de ex-alunos contratados pelas empresas PG, Yamaha e 3M, sendo egressos do curso técnico em mecânica do SENAI”, destaca a gerente da ESWL Ivana Ayrton.

Com oito cursos em funcionamento, a Escola SENAI Antônio Simões é destaque na educação profissional desde 2002, e já formou 1.783 alunos nos cursos técnicos ofertado nos três turnos. Segundo o coordenador de educação e tecnologia da ESAS, Waldenir Carvalho, o curso de Mecatrônica é o mais procurado, junto com os de automação industrial e eletrônica.

“Dentro das 1200h do curso de mecatrônica o aluno atua no desenvolvimento de sistemas automatizados de manufatura, aprende a implementar e manter máquinas e equipamentos automatizados sempre respeitando as normas técnicas, de qualidade, de saúde, segurança e de meio ambiente”, explica Carvalho.

Os cursos têm carga horária diferenciada: mecânica (1360h), administração (1000h), eletroeletrônica (1200), eletrônica (1200), redes de computadores (1000) e refrigeração e climatização (1200).

Mais informações por meio dos números (92) 3133-6400, 3133-6401 ou pelo e-mail [email protected] (Escola SENAI Waldemiro Lustoza, 555, Cachoeirinha); e (92) 3182-9975, 3182-9977 ou pelo e-mail [email protected] (Escola SENAI Antônio Simões, Avenida Rodrigo Otávio, 2394, Distrito Industrial).

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