Prefeito decreta Situação de Emergência em Manaus e vai denunciar onda de violência a órgãos internacionais

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), anunciou, nesta sexta-feira (14), que vai decretar Situação de Emergência, na capital do Estado, por causa da onda de crimes contra unidades de serviço público municipal.

De acordo com a assessoria de imprensa do prefeito, somente este ano, já foram registradas mais de 2 mil ocorrências. “O Brasil e o mundo precisam saber que Manaus está vivendo em uma verdadeira ditadura, provocada pela ação do crime organizado e pela omissão do governo”, afirmou.

Afirmando que a violência está deixando a população atônita e amedrontada, ele disse que a  prefeitura tem sido “insistentemente” impedida de prestar serviços essenciais por conta da “inércia do governo estadual e diante do terror provocado por grupos de criminosos.”

O prefeito prometeu denunciar a situação até mesmo a órgãos internacionais. “Vou denunciar à Organização das Nações Unidas (ONU), à Organização dos Estados Americanos (OEA), ao Ministério Público Federal (MPF), onde for preciso. Manaus está se tornando um México, no momento mais crucial de violência, quando tantas vidas foram abatidas”.

Segundo a assessoria, o prefeito, que já procurou o ministro da Justiça, Raul Jungmann, para alertar sobre o clima de violência na cidade e cobrar providências, afirmou que, com o decreto da Situação de Emergência, torna oficial o “caos” na segurança pública no município e, por meio do instrumento legal, pretende se municiar para cobrar providências em todas as instâncias necessárias.

Na coletiva que concedeu à imprensa, na tarde de hoje, em uma Unidade de Saúde Básica (UBS), no bairro Zumbi dos Palmares, zona Leste, o prefeito acusou o governo de “incompetência” na gestão da segurança pública. “Ou é incompetente por total omissão ou o é por conivência. A segunda hipótese é muito cruel, mas eu não a descarto. Porque, a mim, causa muita estranheza esse aumento de violência contra as unidades municipais neste preciso momento”, afirmou. “Ou é omisso, ou é cúmplice”, reforçou.

Segundo o prefeito, o aumento da violência, especificamente contra os aparelhos municipais no momento político-eleitoral levanta suspeitas de que os grupos criminosos estão sendo estimulados por outros grupos com interesse político, para atingi-lo, por ter se colocado como adversário no processo eleitoral. “Ele – o governador – me odeia, porque acha que sou seu inimigo. Mas, não é a mim que atinge e sim ao povo de Manaus”, disparou.

 

Insegurança

De acordo com um levantamento da assessoria de imprensa da Prefeitura, de janeiro até a primeira quinzena de setembro, já são mais de 2 mil ocorrências registradas, entre furtos, roubos, assaltos à mão armada com reféns e vandalismo às unidades de saúde, educação, transporte coletivo e assistência social, geridas pela Prefeitura de Manaus. Em agosto, quando o prefeito se reuniu com o ministro da Justiça, os números eram superiores a 1,8 mil ocorrências de violência contra os órgãos municipais e servidores públicos, prejudicando o pleno funcionamento desses serviços e levando prejuízos à população que fica sem atendimento.

Segundo explicou o Procurador-Geral do Município, Rafael Albuquerque, o decreto de Situação de Emergência deverá ser publicado nos próximos dias, especificando medidas que serão adotadas.

 

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