Preço da cesta básica recua na capital do Amazonas

O custo da cesta básica em Manaus permaneceu estável e teve ligeira queda no mês de junho, ficando em R$ 384,00. O valor representa recuo de 0,54% comparada com o mês anterior, segundo aponta a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (6), pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Com o indicador, Manaus foi a única capital brasileira que apresentou diminuição no custo do conjunto de alimentos básicos.

De acordo com os dados, cinco produtos apresentaram alta e sete tiveram queda nos seus preços no mês analisado, influenciando o custo total da cesta. Para o economista e supervisor técnico do Dieese no Amazonas, Inaldo Seixas, a tendência do mercado é manter os preços dos produtos, com pequena variação. “O custo da cesta básica se manteve estável nesses últimos três meses e foi a única do país com uma ligeira queda. Agora, nada impede que haja surpresas, pois o movimento de alta ou queda depende de fatores como a variação climática, que interferem negativamente na demanda dos produtos”, explica.

cesta báscia

Com a diminuição no valor da cesta, a capital ocupa a 19° colocação no ranking das cestas mais caras, dentre as 27 capitais onde é realizada a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Em maio, o conjunto de itens alimentícios essenciais composta por 12 produtos, custava R$ 386,08 e em junho de 2015 o valor chegou a R$ 352,35.

Preços e produtos

Na capital amazonense, o feijão (27,33%) foi o produto que apresentou maior alta no mês, seguido da manteiga (10,02%), da carne (0,95%), do café (0,92%) e do leite (0,30%). Referente aos que apresentaram queda, a banana (-10,81%) foi o produto que apresentou maior recuo no mês. Em seguida vem o tomate (-5,33%), a farinha (-3,81%), o açúcar (-3,39%), óleo (-2,84%), o pão (- 2,05%) e o arroz (-1,04%).

O feijão seguiu em alta com variações positivas em todas as capitais. De acordo com o Diesse, o quilo do feijão carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo, variaram entre 16,48%, em Macapá, e 106,96%, em Aracaju. Em Manaus a variação em junho foi de (27,33%).

Segundo Seixas, o clima influenciou na qualidade do grão e, com isso, o preço no varejo subiu desde o início do ano. Ele destaca que a cultura do feijão também vem perdendo espaço para a soja. “Houve uma diminuição nas áreas cultivadas do plantio do feijão. A soja ganhou terreno por conta dos preços internacionais e do próprio mercado, influenciando que o produtor optasse pelo produto”, avalia. Nesses seis primeiros meses do ano, a safra acumula alta de (72,94%) na capital amazonense.

A manteiga foi o segundo produto da cesta de alimentos de Manaus que mais aumentou de preço em junho. O supervisor técnico do Dieese, disse que as indústrias de laticínios disputaram o pouco leite ofertado no mercado, elevando mais o preço dos derivados lácteos. A alta no mês foi de 10,02% e no acumulado do ano de 29,22%.

Já a banana, foi o produto que apresentou maior recuo no mês com 10,81%. De acordo com o Seixas, fatores climáticos afetam negativamente a oferta do produto na capital amazonense. “Com a regularização das chuvas na região é esperado um plantio com melhor qualidade dos produtos”, ressalta. No acumulado do ano, a banana apresentou variação de 35,39%.

O tomate teve o valor reduzido em 23 cidades brasileiras. As maiores quedas foram registradas em Salvador (-26,01%) e João Pessoa (-24,31%). Já as altas foram observadas em Porto Alegre (14,85%), Florianópolis (14,41%), Rio Branco (1,43%) e Campo Grande (1,33%). “Com a demanda retraída, grande quantidade ofertada no mercado e frutos manchados pelo clima mais baratos, contribuíram para reduzir o preço do tomate”, explica o economista Seixas. Em Manaus, o produto caiu -5,33% em relação ao mês anterior.

O arroz mostrou aumento em 23 cidades, com destaque para Porto Velho (10,46%) e Rio Branco (9,94%); ficou estável em Florianópolis e Recife e; diminuiu em Salvador (-1,95%) e Manaus (-1,04%). Segundo a pesquisa, na capital amazonense, esse aumento ainda não foi notado, apesar de levar um acumulado no ano de 10,98%.

Alimentação básica

O custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 1.152,00 durante o mês de junho, aponta os dados do Diesse. O valor equivale a aproximadamente 1,3 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 880,00. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família era maior e foi de R$ 1.158,24.

Nacional

São Paulo foi a capital que registrou o maior custo para a cesta (R$ 469,02), seguida de Porto Alegre (R$ 465,03) e Florianópolis (R$ 463,24). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 352,12) e Rio Branco (R$ 358,88). Entre janeiro e junho deste ano, todas as cidades brasileiras acumularam alta. As maiores variações foram observadas em Goiânia (25,59%), seguida de Aracaju (23,22%) e Belém (19,13%). Os menores aumentos ocorreram em Manaus (4,41%), Curitiba (6,31%) e Florianópolis (9,24%).

Fonte: Jornal do Commércio

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